“O candidato tucano à prefeitura de São Paulo, José Serra, parecia não falar da sua própria campanha na sabatina da Folha e do UOL realizada nesta sexta-feira 14. Serra já veiculou duas propagandas eleitorais sobre o chamado “mensalão”, além de ter chamado o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para falar sobe o julgamento. Mesmo assim, disse que não fez ataques na campanha. “Tenho feito uma campanha propositiva”, disse. “(Estou) sempre me referindo a propostas, coisas que eles fizeram”.
A rejeição de 46% do eleitorado, segundo a última pesquisa Datafolha, foi desqualificada pelo candidato. “Esse dado que vocês mostram da rejeição não é um dado relevante. Tem que ver a metodologia, as pesquisas dão coisas muito diferentes entre si.”
Como costuma fazer, Serra evitou responder perguntas sobre a sua estratégia de campanha. “Eu nem acompanho os programas diretamente. É muito difícil para mim vir aqui e comentar estratégia da minha campanha.” Durante a sabatina, respondeu “e daí?” para os jornalistas diversas vezes.
Serra disse que o impopular prefeito Gilberto Kassab “não tem o reconhecimento proporcional ao que fez a prefeitura” porque entrou no “projeto de criação de partido, e isso para a percepção do paulistano equivalia a se afastar da cidade, embora não tivesse se afastado”. Perguntado se tinha orgulho da gestão de Kassab na prefeitura, o candidato ficou em silêncio por um tempo e depois respondeu sem convicção. “Eu acho que foi uma boa gestão.”
Disputando uma vaga no segundo turno com o candidato petista, Fernando Haddad, Serra quase não direcionou críticas ao líder nas pesquisas, Celso Russomanno (PRB), durante a entrevista. O tucano gastou a maior parte do tempo atacando os petistas.
Ao final da sabatina, Serra foi questionado sobre o livro Privataria Tucana, que relata irregularidades durante o processo de privatizações de empresas públicas nos mandatos de Fernando Henrique Cardoso. “É uma bandidagem”, disse. O candidato move um processo contra o autor do livro, Amaury Ribeiro Jr. Serra comparou o caso ao “escândalo dos aloprados”, dizendo que naquele caso o PT ao menos foi mais “criativo”.
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