segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Eleitor pede propostas e Serra ridiculariza quem as oferece

Posted by on 03/09/12 • Categorized as Análise


Abaixo, matéria extraída do jornal Folha de São Paulo de 3 de setembro de 2012.

O que a Justiça Eleitoral paulista diz sobre o candidato do PSDB ao governo de São Paulo é, simplesmente, o resumo de sua carreira política. José Serra é um político que prefere desacreditar os adversários a oferecer idéias ao eleitor e discuti-las com ele.
Serra não entende que o eleitor paulistano pede propostas, pede esperança de que possa melhorar de vida, dessa vida dura que leva em São Paulo, sobretudo se for pobre e morar longe do centro expandido.
Além da superlotação e da morosidade dos transportes públicos, da saúde ruim, da educação sofrível, da segurança pública inquietante e assustadora, ainda há o custo do transporte em São Paulo.
Recentemente, em visita ao metrô fora do horário de pico, Serra foi abordado por uma cidadã que o instou a usar aquele transporte “na hora da muvuca”. Era uma passante. Desceu de um trem, passou pelo candidato, disse isso e subiu em outro trem.
Serra, porém, não enxerga. Não vê como vive o povo. E não o respeita ao ponto de lhe reconhecer o sofrimento ao menos propondo novas medidas para problemas que até sua propaganda eleitoral teima em desconhecer.
A decisão da Justiça Eleitoral resume, também, as causas pelas quais o eleitor paulistano vai dizendo não a uma conduta política que o esbofeteia, a de dizer que está tudo ótimo. É como se fosse dito que o eleitor é que não sabe ver quão boa é a administração que rejeita.
Além de Serra não propor nada para melhorar o que o eleitor diz que está ruim – e que o candidato não quer reconhecer –, ainda ataca quem oferece a São Paulo o que a cidade vai demonstrando que deseja: propostas, esperança, novidade.
Esse desejo por novidade foi instilado na alma do paulistano pela péssima qualidade de vida em São Paulo. É por isso que os candidatos identificados como “novos” – ou seja, Fernando Haddad e Celso Russomano – crescem enquanto Serra cai.
Pode-se discutir quem é “novo”, ainda que este blog julgue que Russomano, de novo, não tenha nada. Todavia, a notícia supra reproduzida confirma o que todos já sabem, que é a natureza de Serra que o está conduzindo ao ostracismo.
O “bilhete único mensal” não vai resolver todos os problemas, mas acabará com uma situação que todo trabalhador paulistano conhece muito bem: o crédito do bilhete único convencional termina antes que o mês.
A propaganda de Serra que a Justiça Eleitoral cassou não apenas ridiculariza o adversário, mas o povo. Chama-o de burro ao contar uma mentira como a de que o paulistano pagaria mais pelo que não precisa, pois o bilhete mensal o fará economizar. E só se quiser.
Como pode ser “taxa” permitir que quem gasta ao menos uma condução para ir e outra para voltar do trabalho, pelo mesmo valor possa tomar quantas conduções quiser? Ninguém será obrigado a comprar o bilhete mensal, portanto se a pessoa não sai de casa não pagará nada.
Como distorcer proposta tão cristalina? Só fazendo pouco da inteligência do eleitor. Senti-me ofendido por essa propaganda apesar de quase não usar transporte público, pois trabalho perto de casa. E quem não se sentiu ofendido, mereceu a ofensa.

Do Blog da Cidadania.

Nenhum comentário: