“Presidente diz que entendimento com
empresários e políticos é sua forma de governar; "O governo dialoga,
persuade", disse ela aos jornalistas, após lançar plano em defesa do
consumidor; ela respondia ao fato de os preços dos alimentos não terem baixado
mesmo após a desoneração da cesta básica, e acrescentou que a questão agora é
com os empresários; o governo trabalha "mais no lado da persuasão, não da
ameaça, nem da coação"
A presidente Dilma Rousseff declarou nesta sexta-feira 15 que "a relação do prende e arrebenta acabou", ao ser questionada por jornalistas sobre a possibilidade de a desoneração dos produtos da cesta básica não terem efeito direto sobre o consumidor. Segundo ela, a questão agora está com os empresários, responsáveis pela redução nos preços dos alimentos.
"O governo dialoga, o governo persuade", disse Dilma, em referência a sua relação com os empresários, indicando que não poderia obrigá-los a reduzir os preços. "É uma questão que beneficia o empresário. Se ele tiver desoneração, ele vai ter mais renda", afirmou, sobre a medida anunciada há uma semana. "Mas é mais o lado da persuasão, não o lado da ameaça e da coação", acrescentou a presidente.
"Eu tenho certeza que tem vários produtores, vários empresários, que já desoneraram. Alguns não fizeram. Esse é um processo de educação, de conscientização", acrescentou Dilma. Nesta última semana, apesar da desoneração anunciada pelo governo, os preços dos itens de primeira necessidade tiveram reajuste de 0,55%. O valor médio de uma cesta com 31 produtos, que na quinta-feira passada era de R$ 384,58, passou para R$ 386,71 na quarta-feira 13.
Aberta a críticas
Em relação à série de críticas recebida por
seu governo, a presidente afirmou que "qualquer um" pode atacar
"este governo". Para mencionar o período de democracia vivido
atualmente, ela relatou aos jornalistas de quando esteve no pátio da Polícia
Federal e se lembrou de que havia estado lá antes, presa, na época da ditadura
militar, e que naquele momento o ambiente era ocupado por manifestações. "Eu
assisti a ditadura e o maior período de democracia na América Latina",
declarou. Sobre a reforma no ministério, que pode ser anunciada ainda nesta
sexta-feira, ela foi taxativa: "Eu não vou discutir ministério".
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