sexta-feira, 15 de março de 2013

Dilma: “Relação do prende e arrebenta acabou”


Presidente diz que entendimento com empresários e políticos é sua forma de governar; "O governo dialoga, persuade", disse ela aos jornalistas, após lançar plano em defesa do consumidor; ela respondia ao fato de os preços dos alimentos não terem baixado mesmo após a desoneração da cesta básica, e acrescentou que a questão agora é com os empresários; o governo trabalha "mais no lado da persuasão, não da ameaça, nem da coação" 

A presidente Dilma Rousseff declarou nesta sexta-feira 15 que "a relação do prende e arrebenta acabou", ao ser questionada por jornalistas sobre a possibilidade de a desoneração dos produtos da cesta básica não terem efeito direto sobre o consumidor. Segundo ela, a questão agora está com os empresários, responsáveis pela redução nos preços dos alimentos.

"O governo dialoga, o governo persuade", disse Dilma, em referência a sua relação com os empresários, indicando que não poderia obrigá-los a reduzir os preços. "É uma questão que beneficia o empresário. Se ele tiver desoneração, ele vai ter mais renda", afirmou, sobre a medida anunciada há uma semana. "Mas é mais o lado da persuasão, não o lado da ameaça e da coação", acrescentou a presidente.

"Eu tenho certeza que tem vários produtores, vários empresários, que já desoneraram. Alguns não fizeram. Esse é um processo de educação, de conscientização", acrescentou Dilma. Nesta última semana, apesar da desoneração anunciada pelo governo, os preços dos itens de primeira necessidade tiveram reajuste de 0,55%. O valor médio de uma cesta com 31 produtos, que na quinta-feira passada era de R$ 384,58, passou para R$ 386,71 na quarta-feira 13.

Aberta a críticas

Em relação à série de críticas recebida por seu governo, a presidente afirmou que "qualquer um" pode atacar "este governo". Para mencionar o período de democracia vivido atualmente, ela relatou aos jornalistas de quando esteve no pátio da Polícia Federal e se lembrou de que havia estado lá antes, presa, na época da ditadura militar, e que naquele momento o ambiente era ocupado por manifestações. "Eu assisti a ditadura e o maior período de democracia na América Latina", declarou. Sobre a reforma no ministério, que pode ser anunciada ainda nesta sexta-feira, ela foi taxativa: "Eu não vou discutir ministério".

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