Diário do Centro do Mundo
O que mais chama a atenção é que o colunista pareceu ficar surpreso em saber que não é admirado fora de seu círculo.
Devemos entender que a violência dá as costas à esperança. Devemos
preferir a esperança, a esperança da não violência. Este é o caminho que
se deve aprender a trilhar.
Stéphane Hessel, autor de “Indignai-vos”.
A epígrafe acima fala sozinha. E reflete a alma do Diário.
Indignação, sim. Violência, não. Luther King é uma eterna inspiração.
Isto posto, algumas palavras sobre um tema que despertou apaixonada polêmica nas redes sociais neste final de semana: o esculacho dado por um grupo de manifestantes no colunista Merval Pereira.
Em sua coluna no Globo, Merval afirmou que teve seu “dia de Yoani”. Foi reconhecido, xingado e hostilizado, segundo seu relato. Chutaram seu carro, afirmou.
A versão dramática foi colocada em dúvida por alguns. “Merval teve seu atentado da bolinha de papel”, tuitou alguém.
A referência é ao clássico episódio em que Serra terminou num aparelho de ressonância magnética, na campanha de 2010, depois de levar uma bolinha de papel na testa piramidal.
Alguém desafiou Merval a provar, com uma vistoria, que seu carro foi danificado.
Tudo isso colocado, e sem que eu de Londres possa elucidar a real dimensão do episódio, o que me impressiona é o seguinte: Merval imaginava que era admirado fora do exíguo circulo conservador em que milita?
Foi o que me pareceu, pelo tom de seu artigo. Merval me lembrou o diretor da Bastilha que estranhou que a multidão não estivesse ali para festejá-lo naquele 14 de Julho de 1789.
A mesma coisa já me chamara a atenção no caso Yoani. Os organizadores da fala em que Yoani foi hostilizada foram claramente surpreendidos pelas vaias entusiasmadas a ela.
Merecidas ou não, e cada um tem sua opinião, as vaias eram absolutamente previsíveis. Yoani virou, no Brasil, ídolo do chamado 1%. Exatamente por isso, será esculachada pelo povo.
A defesa obstinada que Merval faz de causas antipopulares dá a ele uma série de coisas: coluna no Globo, microfone na CBN e na Globonews e, por isso, bons cachês para palestras.
Mas admiração, carinho, afeto por parte da chamada voz rouca das ruas, evidentemente, não.
Merval e congêneres são amplamente detestados, e é surpreendente que não tenham noção disso. Parecem viver num universo paralelo.
Em seu “dia de Yoani” Merval teve, na verdade, um choque de realidade. Está – graças a Deus – inteiro, intacto para fazer as reflexões que o episódio merece.
O mais importante é ele aceitar o fato de que não é, definitivamente, um campeão de popularidade.
O que mais chama a atenção é que o colunista pareceu ficar surpreso em saber que não é admirado fora de seu círculo.
Stéphane Hessel, autor de “Indignai-vos”.
A epígrafe acima fala sozinha. E reflete a alma do Diário.
Indignação, sim. Violência, não. Luther King é uma eterna inspiração.
Isto posto, algumas palavras sobre um tema que despertou apaixonada polêmica nas redes sociais neste final de semana: o esculacho dado por um grupo de manifestantes no colunista Merval Pereira.
Em sua coluna no Globo, Merval afirmou que teve seu “dia de Yoani”. Foi reconhecido, xingado e hostilizado, segundo seu relato. Chutaram seu carro, afirmou.
A versão dramática foi colocada em dúvida por alguns. “Merval teve seu atentado da bolinha de papel”, tuitou alguém.
A referência é ao clássico episódio em que Serra terminou num aparelho de ressonância magnética, na campanha de 2010, depois de levar uma bolinha de papel na testa piramidal.
Alguém desafiou Merval a provar, com uma vistoria, que seu carro foi danificado.
Tudo isso colocado, e sem que eu de Londres possa elucidar a real dimensão do episódio, o que me impressiona é o seguinte: Merval imaginava que era admirado fora do exíguo circulo conservador em que milita?
Foi o que me pareceu, pelo tom de seu artigo. Merval me lembrou o diretor da Bastilha que estranhou que a multidão não estivesse ali para festejá-lo naquele 14 de Julho de 1789.
A mesma coisa já me chamara a atenção no caso Yoani. Os organizadores da fala em que Yoani foi hostilizada foram claramente surpreendidos pelas vaias entusiasmadas a ela.
Merecidas ou não, e cada um tem sua opinião, as vaias eram absolutamente previsíveis. Yoani virou, no Brasil, ídolo do chamado 1%. Exatamente por isso, será esculachada pelo povo.
A defesa obstinada que Merval faz de causas antipopulares dá a ele uma série de coisas: coluna no Globo, microfone na CBN e na Globonews e, por isso, bons cachês para palestras.
Mas admiração, carinho, afeto por parte da chamada voz rouca das ruas, evidentemente, não.
Merval e congêneres são amplamente detestados, e é surpreendente que não tenham noção disso. Parecem viver num universo paralelo.
Em seu “dia de Yoani” Merval teve, na verdade, um choque de realidade. Está – graças a Deus – inteiro, intacto para fazer as reflexões que o episódio merece.
O mais importante é ele aceitar o fato de que não é, definitivamente, um campeão de popularidade.
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