A presidente Dilma Rousseff sancionou nesta sexta-feira, sem vetos,
projeto de lei que cria o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à
Tortura e instala um comitê formado por peritos que terão autonomia para
ingressar em presídios, delegacias, as
ilos e hospitais para averiguar
possíveis violações aos direitos humanos. A lei, que enfrentou
resistência de setores policiais, entra em vigor após a sua publicação
no Diário Oficial da União, o que deverá ocorrer na próxima
segunda-feira, 5.
O objetivo do comitê, conforme determina a
lei, será prevenir e combater a tortura e outros tratamentos cruéis,
desumanos ou degradantes.
O grupo será presidido pela
ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, e terá 23 membros, dos
quais 11 serão representantes de órgãos do poder executivo e os outros
12, de conselhos de classes profissionais e de organizações da sociedade
civil.
"Temos que admitir tristemente que a tortura não
ficou restrita ao período da ditadura militar, ela, como prática, dentro
das delegacias, dos presídios, das estruturas do estado, ela permanece
ocorrendo", disse nesta sexta Maria do Rosário a jornalistas, após
participar de cerimônia no Palácio do Planalto com atletas
paraolímpicos.
"Esse sistema de enfrentamento à tortura é a
uma nova possibilidade do Brasil ter um mecanismo real de chegar nas
instituições e verificar e ter peritos com autonomia de dizer o que
acontece com o corpo das pessoas, como ele está marcado pela tortura, ou
as próprias condições em que as pessoas vivem."
Caberá ao
comitê escolher onze peritos com atuação na área de combate à tortura.
Conforme determinado pela lei, os peritos terão "independência na sua
atuação". Não poderão ser peritos aqueles que exerçam cargos executivos
em agremiação partidária ou não tenham condições de atuar com
imparcialidade no exercício das competências. O mandato será de três
anos, permitida uma recondução.
Maria do Rosário destacou
que a criação do Sistema Nacional de Combate e Prevenção à Tortura é uma
orientação das Nações Unidas. A ministra destacou que os peritos do
comitê visitarão lugares como presídios, abrigos e hospitais com
atendimento a pessoas com sofrimento psíquico para identificar situações
de tortura e responsabilizar os responsáveis.
As visitas
periódicas dos peritos poderá ser feita, mesmo com a recusa de
autoridades, prevê a lei. Também será garantido a eles acesso,
"independentemente de autorização", a todas as informações e registros
relativos à identidade, condições de detenção e tratamento conferido às
pessoas privadas de liberdade.
2 comentários:
Prezados colegas,
Acabo de publicar matéria deste blog que sempre acompanho.
Noto que o link do meu blog: www.ocabrestosemno.com.br
precisa ser consertado.
Abs.,
Agnelo Regis
Combate à Tortura e à Irresponsabilidade da mídia oficial.
Coragem e determinação de um governo
popular.
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