Telhado de vidro
Tucano omite de sua biografia uma nomeação sem concurso para o cargo de diretor de Loterias da instituição
por Helena Sthephanowitz, para a Rede Brasil Atual
publicado
10/10/2014 13:37
PSDB.org
A campanha de Aécio Neves faz tudo para passarem
despercebidas passagens de sua biografia que contradizem seu discurso.
Por exemplo, ele próprio já foi um beneficiário do tal “aparelhamento”
do Estado que ele tanto fala em combater. Está lá no Diário Oficial da União, de 14 de maio de 1985.
Qualquer filho do seu José ou da dona
Maria, brasileiros comuns como eu e você, se quiser trabalhar na Caixa
Econômica Federal, tem de fazer concurso e começar de baixo. Só consegue
subir na empresa, degrau por degrau, mostrando serviço, ralando para
chegar a gerente.
Mas naquela ocasião o recém-formado
Aécio Neves não precisou. Graças ao fato de ser filho de político (seu
pai, Aécio Neves da Cunha, era deputado pelo PFL até 1986), neto de
político (Tancredo Neves, que havia morrido há menos de um mês), e
primo de político, o então ministro da Fazenda do governo Sarney,
Francisco Neves Dornelles.
Por isso, teve “QI elevado” para ser
nomeado para o poderoso e cobiçado cargo de Diretor de Loterias da Caixa
Econômica Federal, aos 25 anos, atropelando todos os funcionários de
carreira da Caixa mais gabaritados para o posto.
Essa nomeação política, baseada no
parentesco entre poderosos, diz muito sobre os valores e princípios do
candidato. Aquela conversa de “aparelhamento” e meritocracia do tucano é
para boi dormir, só existe nos discursos. Na prática, é um tal de dar
cargos para os amigos, cunhados, concunhados, aeroporto para a família,
colocar no TCE a mulher do vice e sócio de Marcos Valério, contratar sem
licitação empresas dos “amigos” e “otras cositas más”...
Sou capaz de apostar que perto de 99% dos eleitores brasileiros não sabem dessa passagem na biografia do tucano.
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