Presidenta reitera linha de
comparação com PSDB no segundo turno, diz que retórica de Aécio será
superada pelo confronto com a realidade e considera que votos de Marina
serão divididos
por Redação RBA
publicado
06/10/2014 19:16
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Cadu Gomes/Campanha Dilma
Dilma considera que começo da campanha de rua deve ser pelo Nordeste, região que foi favorável ao PT
São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff, candidata
do PT à reeleição, voltou a buscar a comparação de projetos com o PSDB
no primeiro dia do segundo turno. Em entrevista coletiva no Palácio do
Alvorada, em Brasília, ela começou falando sobre o Programa Nacional de
Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), um dos principais
programas de sua gestão.
A estimativa é de que no próximo mandato sejam abertas mais 12 milhões de vagas pelo Pronatec. Ao exaltar as características do programa, Dilma recordou a Lei 9.649, de 1998, aprovada durante o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, que proibia a expansão da rede federal de ensino técnico.
Na conversa, Dilma foi questionada sobre a declaração de FHC, que hoje culpou a má informação dos mais pobres pelo voto no PT. “É muito interessante. A conta sempre cai na conta dos pobres. Os ricos nunca são culpados de nada”, lamentou. “O Brasil que nós recebemos deles, mais da metade do Brasil era composta de pobres e miseráveis. Hoje, o Brasil está diferente. De cada quatro brasileiros, três estão na classe média majoritariamente, ou acima, nas classes A e B. Temos uma mudança substantiva no perfil dos que são hoje a maioria do país.”
Antes disso, ela já havia apresentado outro ponto de divergência com o partido que enfrentará no segundo turno. Dilma foi questionada por um jornalista se pretende seguir o gesto de Aécio e confirmar desde já seu ministro da Fazenda em um eventual segundo mandato. “Não tenho de repetir Aécio Neves. Até porque indicar o Armínio Fraga é um complicador pra ele”, disse. “Isso é uma coisa muito complicada. Cada um opta pelo que quiser.”
Ela recordou que Fraga, presidente do Banco Central no governo FHC, teve uma gestão marcada por uma taxa de juros de até 45% – ante 11%, atualmente – e por uma taxa de inflação frequentemente acima da meta estabelecida pela autoridade monetária. Aécio já o confirmou como ministro da Fazenda caso saia vencedor da disputa eleitoral, o que é visto com ânimo pelos agentes do mercado financeiro, mas que para a petista deve ser entendido como um sinal de arrocho salarial e desemprego.
A troca de farpas com o tucano teve sequência com a resposta sobre as declarações dadas hoje pelo adversário. Em resposta ao pronunciamento feito por Dilma na véspera, em que falou que a sociedade brasileira rejeita os “fantasmas do passado”, Aécio se declarou surpreso. “Na verdade os brasileiros estão preocupados com os monstros do presente. Inflação alta, recessão, corrupção", disse o candidato do PSDB.
O partido entende que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) por dois trimestres seguidos significa que o Brasil está em recessão, o que diverge da visão do governo. “Compare a minha recessão com a dele. Compare os monstros do passado com o que está acontecendo no meu governo. Ele pode usar a retórica, mas a realidade se imporá.”
Ainda tratando da questão econômica, Dilma mais uma vez respondeu sobre a euforia de especuladores do mercado financeiro, que hoje levaram o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo a uma alta de quase 5% – com destaque para a Petrobras, que avançou 11%. Desde o começo do processo eleitoral, o chamado mercado registra altas quando tem perspectiva de crescimento de qualquer candidatura de oposição à presidenta, e queda quando é a petista quem se fortalece. “Desconfio que os investidores podem fazer tudo, mas não ganham uma eleição. Quem vota e ganha uma eleição no Brasil é o povo brasileiro.”
Dilma realizou hoje reuniões no Palácio do Alvorada e não manteve agenda pública. Ela deve se reunir amanhã com governadores da base aliada, eleitos e reeleitos, e projeta o começo da campanha de rua pelo Nordeste, região que lhe deu expressiva vantagem sobre Aécio. Depois disso, a presidenta espera viajar para o Sul, e em seguida para Minas Gerais e São Paulo, dois dos três maiores colégios eleitorais.
Ela informou que recebeu um telefonema “muito gentil” de Marina Silva, candidata do PSB que ficou na terceira posição da disputa eleitoral de ontem, com 21,32% dos votos válidos. A ex-ministra do Meio Ambiente e o partido se reunirão na quarta-feira, em Brasília, para discutir o apoio no segundo turno, mas ontem a sinalização individual de Marina foi de apoio a Aécio.
Ao ser perguntada sobre o quadro, Dilma evitou tecer comentários. “Seria uma temeridade qualquer fala a respeito de como será o apoio no futuro. É óbvio que muitas vezes os apoios não dependem só de uma pessoa. Eles são decididos por várias instâncias. Temos certeza de que uma parte dos votos será decidida entre mim e o candidato.”
A estimativa é de que no próximo mandato sejam abertas mais 12 milhões de vagas pelo Pronatec. Ao exaltar as características do programa, Dilma recordou a Lei 9.649, de 1998, aprovada durante o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, que proibia a expansão da rede federal de ensino técnico.
Na conversa, Dilma foi questionada sobre a declaração de FHC, que hoje culpou a má informação dos mais pobres pelo voto no PT. “É muito interessante. A conta sempre cai na conta dos pobres. Os ricos nunca são culpados de nada”, lamentou. “O Brasil que nós recebemos deles, mais da metade do Brasil era composta de pobres e miseráveis. Hoje, o Brasil está diferente. De cada quatro brasileiros, três estão na classe média majoritariamente, ou acima, nas classes A e B. Temos uma mudança substantiva no perfil dos que são hoje a maioria do país.”
Antes disso, ela já havia apresentado outro ponto de divergência com o partido que enfrentará no segundo turno. Dilma foi questionada por um jornalista se pretende seguir o gesto de Aécio e confirmar desde já seu ministro da Fazenda em um eventual segundo mandato. “Não tenho de repetir Aécio Neves. Até porque indicar o Armínio Fraga é um complicador pra ele”, disse. “Isso é uma coisa muito complicada. Cada um opta pelo que quiser.”
Ela recordou que Fraga, presidente do Banco Central no governo FHC, teve uma gestão marcada por uma taxa de juros de até 45% – ante 11%, atualmente – e por uma taxa de inflação frequentemente acima da meta estabelecida pela autoridade monetária. Aécio já o confirmou como ministro da Fazenda caso saia vencedor da disputa eleitoral, o que é visto com ânimo pelos agentes do mercado financeiro, mas que para a petista deve ser entendido como um sinal de arrocho salarial e desemprego.
A troca de farpas com o tucano teve sequência com a resposta sobre as declarações dadas hoje pelo adversário. Em resposta ao pronunciamento feito por Dilma na véspera, em que falou que a sociedade brasileira rejeita os “fantasmas do passado”, Aécio se declarou surpreso. “Na verdade os brasileiros estão preocupados com os monstros do presente. Inflação alta, recessão, corrupção", disse o candidato do PSDB.
O partido entende que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) por dois trimestres seguidos significa que o Brasil está em recessão, o que diverge da visão do governo. “Compare a minha recessão com a dele. Compare os monstros do passado com o que está acontecendo no meu governo. Ele pode usar a retórica, mas a realidade se imporá.”
Ainda tratando da questão econômica, Dilma mais uma vez respondeu sobre a euforia de especuladores do mercado financeiro, que hoje levaram o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo a uma alta de quase 5% – com destaque para a Petrobras, que avançou 11%. Desde o começo do processo eleitoral, o chamado mercado registra altas quando tem perspectiva de crescimento de qualquer candidatura de oposição à presidenta, e queda quando é a petista quem se fortalece. “Desconfio que os investidores podem fazer tudo, mas não ganham uma eleição. Quem vota e ganha uma eleição no Brasil é o povo brasileiro.”
Dilma realizou hoje reuniões no Palácio do Alvorada e não manteve agenda pública. Ela deve se reunir amanhã com governadores da base aliada, eleitos e reeleitos, e projeta o começo da campanha de rua pelo Nordeste, região que lhe deu expressiva vantagem sobre Aécio. Depois disso, a presidenta espera viajar para o Sul, e em seguida para Minas Gerais e São Paulo, dois dos três maiores colégios eleitorais.
Ela informou que recebeu um telefonema “muito gentil” de Marina Silva, candidata do PSB que ficou na terceira posição da disputa eleitoral de ontem, com 21,32% dos votos válidos. A ex-ministra do Meio Ambiente e o partido se reunirão na quarta-feira, em Brasília, para discutir o apoio no segundo turno, mas ontem a sinalização individual de Marina foi de apoio a Aécio.
Ao ser perguntada sobre o quadro, Dilma evitou tecer comentários. “Seria uma temeridade qualquer fala a respeito de como será o apoio no futuro. É óbvio que muitas vezes os apoios não dependem só de uma pessoa. Eles são decididos por várias instâncias. Temos certeza de que uma parte dos votos será decidida entre mim e o candidato.”
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