Recomeça a campanha da mídia para caracterizar como ataque toda crítica
ao candidato tucano ao Planalto, senador Aécio Neves (coligação
PSDB-DEM). Antes era Marina a vítima, agora vão pintá-lo como tal. Tudo
que se fala ou faz é desconstrução do candidato Aécio. Já as criticas a
presidenta Dilma, a demolição de seu governo e do legado de Lula, a
tentativa de liquidar com o PT, para a mídia tudo não passa de verdade,
fatos objetivos, números e dados, dentro das regras da democracia.
Como sabemos pelos dados e números do Manchetômetro a mídia brasileira
não fez outra coisa nessa campanha eleitoral do 1º turno, e nos últimos
anos, que não oposição ao nosso governo e ao PT. Depois, nesse 2º
turno os noticiários e os âncoras só pioraram. São verdadeiros comitês
eleitorais de Aécio. Os articulistas e colunistas dos jornais, nem se
fale, com raras exceções vestiram a camisa tucana ou antipetista e
ponto final.
Mas não adianta chorar por leite derramado. Vamos ver se aprendemos a
lição de uma vez por todas e de fato construímos no país o pluralismo
cultural e de comunicação que atenda as novas realidades tecnológicas
que nos abrem um campo infinito no social e exige um novo olhar para a
cultura, a economia e a política.
O Brasil precisa de um novo olhar
Um novo olhar para um Brasil que exige novas respostas aos seus
problemas históricos, um novo olhar político que exige uma ampla geral e
irrestrita reforma política e um novo olhar humano, que exige uma
resposta aos nossos desafios ambientais e do respeito aos direitos
humanos.
É um novo olhar que exige e encaminhe a resposta, também, ao desafio
de obtenção da paz e de uma nova governança mundial voltada para a
eliminação da fome e da pobreza, das guerras e da devastação ambiental.
Não há mudanças sem luta e sem novas ideias, sem confronto e disputa
política, social e cultural. Não há nem virão mudanças sem novos
instrumentos sociais e políticos, sem os partidos e as organizações
sociais, sem lideranças e instituições. E os nossoss instrumentos e
instituições estão envelhecidos. Só a entrada do povo e das classes
sociais na disputa política é capaz de reformar, revolucionar e
desempatar o país.
País está de novo empatado e não avançará sem mudanças e reformas
Sim, o Brasil está de novo empatado. Não recua, mas apesar das
conquistas dos últimos 12 anos, não é mais possível continuar avançando
sem mudanças e reformas. O tempo está se esgotando e precisamos
urgentemente de reformas radicais como a política e a tributária, a
urbana e a do Estado. Só a reforma política permitirá criar uma nova
maioria no pais. E somente ela e a nova situação criada viabilizarão as
outras reformas — dentre as quais, em primeiro lugar a tributária.
É esse conjunto de reformas imprescindíveis que permitirá sustentar e
aprofundar o crescimento do país com distribuição de renda, com a
eliminação da fome e da pobreza, com a elevação da educação e cultura de
nosso povo e não apenas das elites, com um salto tecnológico e de
inovação que sustente nossa indústria e nossa soberania econômica
permitindo a integração sul americana.
Fora desse caminho temos a picada estreita rumo ao desfiladeiro que o
tucanato nos oferece de novo. Fora desse caminho o tucanato e seu
candidato nos oferecem uma rendição pura e simples à hegemonia norte
americana (marca de sua política externa), a liquidação da integração
sul-americana, a privatização e o Estado mínimo, o arrocho fiscal e
salarial, o corte de gastos sociais e a retirada de direitos históricos
trabalhistas.
Tucanato e aliados adornam bolo que oferecem com o fim da reeleição
Oferecem, também, o voto distrital majoritário que eles tanto querem
para liquidar com as minorias, sob pretexto de aproximar o eleitor do
seu representante. E a continuidade do financiamento privado das
eleições. Esta continuidade, eles até adornam com a cereja do fim da
reeleição que impuseram ao país em 1997 — em meio à denúncias não
apuradas de compra de votos de parlamentares — para evitar a vitória do
então candidato Lula em 1998.
Se queremos aprofundar e continuar as mudanças iniciadas pelos governos
do presidente Lula, precisamos mobilizar o país e suas forças sociais e
culturais, sua juventude, seu empresariado, seus trabalhadores.
Mobilizar e expor-lhes o desafio que temos pela frente e os caminhos
que podemos tomar.
Sem luta e reformas não sairemos do atual impasse. É preciso redefinir a
distribuição da renda e da riqueza do país, sem o que não há como
sustentar a rede de proteção social e previdenciária que construímos. E
sem a reforma tributária, que faca justiça social e federativa, não
conseguiremos sustentar estas redes social e previdência.
Precisamos mudar forma de escolha dos governantes e de fiscalização do poder
O Brasil precisa, também, mudar a forma de escolher seus governantes e
de controle e fiscalização do poder. Precisa aumentar a poupança
nacional e os investimento, mas não às custas do fim ou queda do consumo
e do nível de vida do povo como querem o tucanato e seu candidato. Tem
que ser, sim, através do redirecionamento de grande parte poupança
privada hoje rentista e especulativa.
Sem investimentos públicos e sem um Estado atuante e mediador não
haverá saída para o Brasil. Não chegaremos encontraremos à saída sem um
Estado atuante e mediador, com uma democracia partidária e parlamentar
com ampla participação popular — via consultas e plebiscitos — com
financiamento público de campanhas eleitorais e com voto em lista ou
distrital misto proporcional. Sem isso, nada feito, não sairemos desse
beco.
E hora de aprofundar as reformas e as mudanças e não de um novo
retrocesso histórico como em 64 (golpe militar), 89 (eleição de Collor) e
94 (1ª eleição de FHC), mesmo que apresentados como, revolução, Novo
Brasil, e democracia social. Social democracia a la europeia, aliás, que
nem de longe eles conseguiram implantar, porque também nunca quiseram
segui-la, o que tinham de proposta nesse campo era balela.
No Blog do Zé
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