“Ex-prefeito e ex-governador atinge índices
de rejeição comparáveis aos de Paulo Maluf, o que o torna praticamente
inelegível numa eleição em dois turnos; nas simulações do Datafolha, o tucano
perde tanto de Celso Russomano como de Fernando Haddad; quais foram os seus
erros?
Brasil 247
O espectro de Paulo Maluf continua a
assombrar a eleição municipal de São Paulo. Esperava-se, inicialmente, que ele,
em carne e osso, arrastasse para baixo seu apoiado oficial Fernando Haddad, do
PT. De acordo com as pesquisas de opinião, porém, o estigma da imagem malufista
ainda é mais pesado do que sua pessoa física de 81 anos de idade e 45 de vida
política. Isso porque a fama de ser o nome mais rejeitado da política paulista
foi transferida para quem, aparentemente, nada tem a ver com ele neste momento:
o Maluf dessa eleição é o ex-prefeito e ex-governador de São Paulo José Serra.
Com um índice de rejeição que já beira a
metade do eleitorado, Serra equipara-se aos tempos do Maluf com o qual ninguém
queria se associar. A pouco mais de três semenas do primeiro turno, sua
rejeição – a maior entre os candidatos – dispara, tornando-o praticamente
inelegível numa disputa de duas etapas. Segundo o último Datafolha, publicado
nesta quarta-feira 12, a
refeição de Serra alcança 46% e, numa simulação de segundo turno, o tucano
perde tanto para o líder Celso Russomano (PRB) quanto para o petista Fernando
Haddad.
O gesto de Serra ter abandonado a
Prefeitura de São Paulo, com pouco mais de dois anos de mandato, para disputar
– e vencer – a corrida ao governo do Estado continua a reverberar. E não apenas
na maior cidade do País. O trampolim de Serra criou uma jurisprudência em nível
nacional. De Norte a Sul, todos os candidatos a prefeito fazem questão de
afirmar que cumprirão até o fim do mandato, cada um deles assustado com a
possibilidade de ocorrer a mesma maldição que se abateu com o candidato tucano.
Na própria capital, o esperto Celso Russomano foi o primeiro a dizer, em entrevista ao 247, que não ficará quatro anos, mas oito.
Simples possibilidade de descumprir o compromisso despactuado nas urnas poderá
tirar votos.”
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