Na lista do mensalão mineiro, ele
aparece como receptor de R$ 110 mil pagos por Claudio Mourão, tesoureiro
do ex-governador Eduardo Azeredo, para sua campanha
O julgamento da Ação Penal 470, conhecida como mensalão, pelo Supremo
Tribunal Federal, está firmando jurisprudência no Brasil. Não importa
se quem recebeu recursos do chamado “valerioduto” utilizou o montante
para pagar dívidas de campanha ou se vendeu seu apoio parlamentar a
quem pagou. Qualquer que seja a destinação, como disse a ministra Rosa
Weber, trata-se de crime.
Ontem, em Belo Horizonte, o senador mineiro Aécio Neves, que está
engajado na campanha à reeleição em Belo Horizonte de Marcio Lacerda
(um dos maiores sacadores do esquema, mas esquecido na Ação Penal),
falou sobre o mensalão. Disse ele que “quem agiu com
irresponsabilidade, quem utilizou o mandato, o poder público para
benefícios pessoais ou partidários, deve pagar”.
Quando foi perguntado sobre as acusações de Marcos Valério ao
ex-presidente Lula, numa “entrevista” já negada pelo próprio
entrevistado, Aécio sugeriu “cautela”. Talvez porque a entrevista não
seja propriamente uma entrevista. Mas talvez porque seu nome também
apareça na lista dos beneficiários do mensalão mineiro, que, mais cedo
ou mais tarde, terá que ser julgado.
Em 1998, quando Eduardo Azeredo concorreu à reeleição e foi derrotado
por Itamar Franco, sua campanha foi coordenada por Walfrido dos Mares
Guia, ex-ministro de Lula, e hoje presidente do PSB em Minas Gerais.
Naquela eleição, o valerioduto foi montado para apoiar candidatos do
PSDB não apenas de Minas, mas também de outros estados. Na lista do
tesoureiro Cláudio Mourão, que tocou a parte financeira da campanha de
Azeredo, aparece o nome de Aécio Neves, que teria recebido R$ 110 mil
para sua campanha a deputado federal. Depois disso, Aécio foi
presidente da Câmara dos Deputados, assim como o réu João Paulo Cunha,
que está prestes a ser condenado e preso na Ação Penal 470.
Ao discursar diante de intelectuais na tarde de ontem, o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso pediu votos para José Serra afirmou que o
mensalão marca o reencontro da política com a moralidade, mas a lista
de heróis morais no campo político brasileiro é relativamente pequena. A
sede de sangue da oposição poderá, em breve, atingir suas próprias
estrelas.
(Leia aqui matéria da revista Istoé que aponta o nome de Aécio Neves na lista do mensalão mineiro, como receptor de R$ 110 mil)
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Do Blog COM TEXTO LIVRE.
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