“A entrada de Lula no xadrez eleitoral de
2014 tem o poder de redefinir todo o quadro eleitoral, mexendo com todas as
principais peças do jogo
Lula Miranda, Brasil 247
Li, aqui mesmo no Brasil 247, que o PT em
seu último programa de TV teria insinuado, ou “deixado no ar”, a possibilidade
do ex-presidente Lula sair candidato ao governo de São Paulo em 2014. Foi o que
bastou para se ver tucano de alta plumagem tremer e esboçar aquele
indisfarçável sorriso amarelo, sem graça. Foi o que bastou, por outro lado,
para deixar os petistas alvoroçados, entusiasmados sentindo que o seu “Neymar”
iria entrar em campo novamente – e para ganhar.
Se for para valer, será de fato uma jogada
de mestre. A entrada de Lula no xadrez eleitoral de 2014 tem o poder de
redefinir todo o quadro eleitoral, mexendo com todas as principais peças do
jogo: nos estados e até mesmo na, até então tida como certa, candidatura de
Eduardo Campos ao Planalto. Se Lula sai em São Paulo Campos
muito provavelmente adiará suas ambições palacianas e sairá para o Senado. Podem
anotar aí.
A candidatura de Lula ao Palácio dos
Bandeirantes tem força suficiente/bastante inclusive para embalar candidaturas
em outros estados. Como, por exemplo, a candidatura de Lindbergh Farias no Rio
de janeiro. Isso a despeito da vontade do próprio Lula e de sua amizade com
Cabral – que arriscou demais e deu um passo em falso na precipitada e insensata
ameaça de “moratória” nesse episódio da disputa pelos royalties. Essa
movimentação “tectônica”, causada pela candidatura de Lula em SP, vai gerar uma
avassaladora onda vermelha pelo país afora. Um verdadeiro tsunami pode atingir
o Brasil.
Some-se a essa “onda” a melhoria no cenário
econômico, já à vista logo ali no horizonte, a impulsionar ainda mais a
popularidade de Dilma e veremos acontecer com o PT fenômeno semelhante ao que
ocorreu com o PMDB em 1986. Vale lembrar que naquele ano, impulsionados pelo
plano Cruzado, esse partido elegeu praticamente todos os governadores do país –
com exceção apenas do estado de Sergipe, que ficou com o PFL, parceiro na
coalizão governista à época. A parceria Lula & Dilma será, novamente,
arrebatadora.
Afinal, cá entre nós, imaginem comigo: de
um lado um político da estatura de Luiz Inácio Lula da Silva; do outro um
político da estatura de um Alckmin, que foi apelidado, não à toa, claro, de
“picolé de chuchu”. Acrescente-se ainda a essa injusta e incomparável métrica a
fadiga de material causada por 20 anos de (des)governo tucano em SP. Quem você escolheria?
Em quem você votaria?”
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