quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Aécio no debate: uma vergonha, uma covardia só!


O ex-ministro José Dirceu conta que uma de suas avós em Minas Gerais – ele é de lá, de Passa Quatro, nas terras altas da Mantiqueira — quando queria dizer que alguém foi mal, partia para uma constatação breve: “(fulano) apanhou de chinelo até chorar”.

Foi isso que aconteceu ontem com o candidato demotucano ao Planalto, senador Aécio Neves, no debate da Rede Band, o primeiro da campanha eleitoral do 2º turno. O senador Aécio apanhou, não chorou, mas a cara de decepção e tristeza — às vezes de enfado até — do mediador, jornalista Ricardo Boechat, dizia tudo.

A presidenta Dilma dominou o debate o tempo todo. Ela escolheu e impôs os temas, o ritmo do confronto e colocou o candidato demotucano na defensiva. Aécio parecia um principiante, um amador. Assustado com a altivez e segurança da presidenta ele partiu para a ignorância, agredindo-a. A presidenta se manteve altiva e serena.

Presidenta dominou o debate do começo ao fim

O senador passou a se esconder na arrogância e na ironia, com um sorriso falso no rosto toda vez que a presidenta o confrontava com os fatos. Como com os escândalos não investigados, impunes, simples e lamentavelmente arquivados do governo FHC. Estes e outros, como os do nepotismo e empreguismo do próprio Aécio no governo de Minas (2003-2010), seus gastos com propaganda — parte feitos em rádios de sua família —, o aeroporto construído em Cláudio (MG) com recursos públicos para sua família e em terras da família, do tio-avô Múcio Tolentino…

E olha que a presidenta fez uma lista pequena dos escândalos impunes e não investigados do governo FHC (mais de 40 escândalos nos 8 anos de 1995 a 2002), como o da compra de votos para aprovar a emenda da reeleição, o do Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM), o da “pasta rosa” (conluio de tucanos com banqueiros). Da mesma forma que arrolou poucos dos muitos escândalos dos 8 anos de governo Aécio em Minas, como esse da construção do aeroporto para presentear a família, o desvio de R$ 7,5 bi da Saúde…

Ontem o Brasil pode, então, conhecer melhor o candidato tucano que foi incapaz de apresentar qualquer proposta para o país. Ele se perdeu num discurso de ódio e rancor contra o PT e de negação de todo e qualquer avanço nesses últimos 12 anos, esteve perdido, errante e errático, a não ser para dizer que vai continuar tudo o que fizemos na área social.

Promete continuar programas sociais como se fossem dissociados da política econômica

Promete, visivelmente sem convicção e sem convencer, que vai continuar tudo o que os governos Lula e Dilma fizeram na área social como se esta área fosse separada, ou não dependesse da política econômica que Lula/Dilma implantaram. Política econômica que o futuro — nunca — ministro da Fazenda de Aécio, Armínio Fraga, promete rever começando pelo papel dos bancos públicos e pelo cálculo do salário mínimo, duas de suas medidas impopulares que o candidato demotucano não teve coragem de defender.

Confrontado com a memória dos governos tucanos, com o que marcou suas gestões, como desemprego, inflação alta, baixo crescimento, e endividamento, Aécio se escondeu e se apequenou. Principalmente quando confrontado de novo com dados sobre segurança, educação e saúde em seus governos em Minas.

Quando confrontado, então, com sua derrota na eleição do último dia 5 para governador de Minas e presidente da República em seu Estado, disse candidamente que não era o governador e sim senador, dando a entender que quem perdeu a eleição foi seu sucessor e o vice-governador que assumiu o governo em maio último.

Uma vergonha! Uma covardia só!



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