A direção nacional da tendência petista Articulação de Esquerda
aprovou a seguinte resolução, dirigida aos militantes e amigos da
tendência.
1. As pesquisas divulgadas nesta reta final despertaram uma enorme
euforia na militância petista e no eleitorado de Dilma. A euforia é
merecida. Afinal, contrariando os prognósticos do oligopólio da mídia,
Dilma lidera e vence em todos os cenários, tanto de primeiro quanto de
segundo turno.
2. Não devemos, contudo, praticar o erro cometido nas eleições
presidenciais de 2006 e 2010. Embora seja possível uma vitória no
primeiro turno, o mais provável é que a disputa seja resolvida apenas no
segundo turno.
3. Por isto, ao mesmo tempo que colocamos em tensão todas as nossas
forças com o objetivo de obter a maior votação possível no dia 5 de
outubro, também devemos estar política, organizativa e psicologicamente
preparados para mais três semanas de campanha.
4. Não devemos, tampouco, repetir o erro do início desta campanha
presidencial de 2014, a saber, subestimar os adversários. Quem quer que
vá ao segundo turno contra nós, contará com o apoio da extrema-direita,
do oligopólio da mídia, da especulação financeira e de potências
estrangeiras, vocalizando os interesses dos setores hegemônicos do
grande capital, nacional e internacional. Nossos inimigos farão de tudo,
legal ou ilegal, para tentar nos derrotar. Portanto, ocorrendo segundo
turno, será uma guerra, não um passeio.
5. Neste espírito, não devemos cometer a ingenuidade de "escolher
adversário". Sempre haverá raciocínios e cálculos para todos os gostos e
sabores, a apontar as debilidades e os pontos fortes de uma ou de outra
candidatura oponente. Quem quer que seja, entretanto, não pode ocorrer
nenhuma mudança na linha de campanha adotada depois de 13 de agosto, a
saber: mobilização máxima, politização máxima e máxima polarização programática. Linha válida tanto para esta reta final do primeiro turno como para um possível segundo turno.
6. Cabe aos dirigentes partidários e coordenadores de campanhas
eleitorais combinar a ofensiva dos próximos dias, com o planejamento e
medidas preparatórias para os cenários do dia seguinte.
7. A militância deve estar preparada para iniciar a segunda-feira 6 de
outubro trabalhando por nossas candidaturas a presidenta e a governador
(onde estivermos no segundo turno).
8. Num segundo turno, sem prejuízo de movimentos que se façam no sentido
de neutralizar ou ganhar outros setores políticos e sociais, nosso
esforço fundamental deve ser o de manter e ampliar o voto junto à classe
trabalhadora, em especial a juventude trabalhadora. Para este esforço
ter êxito, reiteramos ser fundamental que tenha continuidade a correta
guinada à esquerda dada pela campanha depois de 13 de agosto.
9. Desde já, mas também num segundo turno, devemos buscar o voto de toda
a esquerda, de todas as forças democráticas e populares, de todos os
setores progressistas, de todos aqueles que não participam ou são
oposição ao governo encabeçado por nós, mas que não desejam uma
restauração neoliberal.
10. Especialmente num segundo turno, o "programa mínimo" da oposição
será o antipetismo. Para enfrentar o ódio e a desinformação, será
preciso aliar a firmeza no combate aos inimigos com a paciência no
diálogo com os setores populares que tem críticas a nós. Será
necessário, também, estar especialmente atento para as agressões,
armações e manipulações, a começar pelas pesquisas que devem sair logo
após o primeiro turno.
11. Orientamos nossas candidaturas para que comuniquem à direção
nacional, por escrito, do que necessitam para dar continuidade ao
esforço de campanha durante o segundo turno.
12. Orientamos, também, nossas candidaturas a que deixem para novembro o
balanço detalhado das eleições. Certamente será necessário um profundo
balanço da situação geral do Partido, debilidades e diferenças. Mas o
momento para fazer isto é depois de concluída a batalha presidencial e
as batalhas pelos governos onde estivermos no segundo turno.
13. O povo brasileiro, a classe trabalhadora e a esquerda socialista
estamos muito perto de conquistar mais uma importante vitória,
reelegendo a presidenta Dilma Rousseff e criando as condições para um
segundo mandato superior, alinhado com as reformas democráticas e
populares. Mas para atingir estes objetivos será preciso, mais do que
nunca manter a guarda alta, o salto baixo e fazer uma defesa firme de nossas bandeiras.
A direção nacional da Articulação de Esquerda
1 de outubro de 2014
No Página13
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