“Organizados pelo facebook e twitter,
acampamento popular em Nova
York (à esq.) e protestos costa a costa têm dinâmica
semelhante às assembleias de massa no Cairo (à dir.) que iniciaram a primavera
árabe; é o inverno do capitalismo?
Brasil 247 / AE
Exatamente com a mesma dinâmica de
convocações de protestos populares que deram origem à primavera árabe, a partir
das concentrações de massa na Praça Tahir, no Cairo, o centro financeiro mais
poderoso do mundo está em transe. Wall Street, onde fica a Bolsa de Valores
de Nova York, segue vigiada a curta distância por centenas de manifestantes
acampados, há 19 dias, num parque próximo. Em torno de deles, com amplitude por
todo o território dos Estados Unidos, de costa a costa, especialmente nas
grandes cidades, outras manifestações de protesto contra a cobiça financeira do
capitalismo americano se multiplicam. Será o inverno do sistema sendo
antecipado?
Um grupo diversificado de poderosos
sindicatos se uniu nesta quarta-feira aos manifestantes que protestam perto de
Wall Street contra a crise econômica e o poder das corporações, registra a
Agência Estado, levando mais credibilidade aos centenas de participantes. Entre
esses sindicatos, estão o Transit Workers Union e o United NY. Os organizadores
pediram aos estudantes universitários ao redor dos Estados Unidos que deixem as
salas de aula em
protesto. Mais tarde para esta quarta-feira, está prevista
uma passeata na baixa Manhattan.
"Nós ficamos realmente entusiasmados
porque o sindicato aderiu ao protesto", disse Sara Niccoli, da Coalizão
Trabalho-Religião, uma organização sediada em Albany, Estado de Nova York, que
tem como objetivo "fazer justiça" para os trabalhadores. A marcha que
deverá ocorrer hoje partirá da praça Foley e irá até o parque Zuccotti, local
onde os manifestantes estão acampados perto de Wall Street.
A polícia afirma que o sindicato United NY
obteve permissão para a marcha desta quarta-feira e espera cerca de 2 mil
manifestantes. Não são necessárias permissões para pequenos protestos, mas com
a licença obtida pelo sindicato podem ser feitas grandes manifestações que
bloqueiem avenidas. Durante um dia de protestos, na semana passada, seis
manifestantes tentaram bloquear o trânsito e foram detidos.
A organização não governamental MoveOn.org
também aderiu aos protestos. "Da nossa perspectiva, protestamos contra a
cobiça que levou ao colapso da nossa economia", disse o diretor do grupo,
Justin Ruben. "Protestamos contra o fato desses bancos não estarem pagando
sua fatia justa" na crise, afirmou.”
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