quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Em Wall Street, internet forja nova Praça Tahir



Organizados pelo facebook e twitter, acampamento popular em Nova York (à esq.) e protestos costa a costa têm dinâmica semelhante às assembleias de massa no Cairo (à dir.) que iniciaram a primavera árabe; é o inverno do capitalismo?
Exatamente com a mesma dinâmica de convocações de protestos populares que deram origem à primavera árabe, a partir das concentrações de massa na Praça Tahir, no Cairo, o centro financeiro mais poderoso do mundo está em transe. Wall Street, onde fica a Bolsa de Valores de Nova York, segue vigiada a curta distância por centenas de manifestantes acampados, há 19 dias, num parque próximo. Em torno de deles, com amplitude por todo o território dos Estados Unidos, de costa a costa, especialmente nas grandes cidades, outras manifestações de protesto contra a cobiça financeira do capitalismo americano se multiplicam. Será o inverno do sistema sendo antecipado?
Um grupo diversificado de poderosos sindicatos se uniu nesta quarta-feira aos manifestantes que protestam perto de Wall Street contra a crise econômica e o poder das corporações, registra a Agência Estado, levando mais credibilidade aos centenas de participantes. Entre esses sindicatos, estão o Transit Workers Union e o United NY. Os organizadores pediram aos estudantes universitários ao redor dos Estados Unidos que deixem as salas de aula em protesto. Mais tarde para esta quarta-feira, está prevista uma passeata na baixa Manhattan.
"Nós ficamos realmente entusiasmados porque o sindicato aderiu ao protesto", disse Sara Niccoli, da Coalizão Trabalho-Religião, uma organização sediada em Albany, Estado de Nova York, que tem como objetivo "fazer justiça" para os trabalhadores. A marcha que deverá ocorrer hoje partirá da praça Foley e irá até o parque Zuccotti, local onde os manifestantes estão acampados perto de Wall Street.
A polícia afirma que o sindicato United NY obteve permissão para a marcha desta quarta-feira e espera cerca de 2 mil manifestantes. Não são necessárias permissões para pequenos protestos, mas com a licença obtida pelo sindicato podem ser feitas grandes manifestações que bloqueiem avenidas. Durante um dia de protestos, na semana passada, seis manifestantes tentaram bloquear o trânsito e foram detidos.
A organização não governamental MoveOn.org também aderiu aos protestos. "Da nossa perspectiva, protestamos contra a cobiça que levou ao colapso da nossa economia", disse o diretor do grupo, Justin Ruben. "Protestamos contra o fato desses bancos não estarem pagando sua fatia justa" na crise, afirmou.”

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