Inacreditável. E, agora, vai ser difícil manter as coisas cobertas pelo manto de silêncio. O jornal
O Dia
publicou a confirmação da história de que todos sabiam – acrescentando
mais detalhes – as intimidades entre jornalistas famosos e a embaixada
americana no Brasil. Cita, nominalmente, o apresentador da Globo William
Waack e Carlos Eduardo Lins da Silva e Fernando Rodrigues, ambos da
‘Folha de S. Paulo’.
As visitas íntimas – pois não foram públicas, nem assunto de matéria
por qualquer um deles – não se destinavam a apurar assuntos
internacionais ou a falar sobre as relações entre os dois países, mas as
avaliações – furadas, como se sabe – da candidatura Dilma Rousseff, no
ano passado.
À parte o fato de os EUA escolherem mal seus informantes e analistas, o
episódio deixa evidente que estes profissionais ultrapassaram qualquer
limite ético no relacionamento com um governo estrangeiro.
Têm todo o direito de serem amigos e buscarem informações com
diplomatas estrangeiros, como fez dos citados, Fernando Rodrigues, da
Folha,
ontem, numa entrevista como o embaixador Thomas Shannon, reportagem
legítima e de interesse público. Tem, mesmo, todo o direito de buscar,
com eles, informações em
off.
Mas não têm o papel de fazer análises privadas para a informação de
outro país, escondendo isso de seus leitores e telespectadores.
Imaginem se um diretor do
NY Times ou um apresentador da NBC
fazendo visitas discretas à embaixada brasileira para nos dar uma visão
íntima dos candidatos a presidente dos EUA?
Agora, com a publicação de
O Dia sobre os telegramas diplomáticos que revelam seu comportamento, vazados pelo
Wikileaks, estão obrigados a dar explicações públicas.
Já não podem dizer que a informação é obra de “blogueiros sujos”.
Colher informações, para um jornalista, é sua obrigação.
Fornecer informações, éticamente, é algo que só ao leitor se faz.
Não a diplomatas estrangeiros, ainda mais nas sombras.
Isso tem outro nome, que deixo ao leitor a tarefa de lembrar qual.
PS. Vejo no Conversa Afiada
que o JB publicou também. E agora, vão continuar fingindo que não viram
e se escondendo numa nota da Globo que diz que não é verdade? Ou Waack
vai dizer que foi ao porta-aviões americano por ser “âncora”?
Do Blog TIJOLAÇO.COM
Um comentário:
Vou nadar contra a corrente.
Detesto esse indivíduo, mas acho que é função de um jornalista divulgar o que sabe.
Errado é quem deveria guardar o segredo e vendeu para o William Waca.
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