Urubóloga não previu: venda de importados cresce, apesar de alta do IPI
Saiu no
G1:
Em setembro, emplacamentos subiram 10,5% sobre o mês anterior. Volume considera apenas marcas que não têm fábrica no país.
A venda de carros importados
cresceu 10,5% em setembro, na comparação com o mês anterior, segundo
dados da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos
Automotores (Abeiva), que reúne as marcas que não têm fábrica no Brasil.
O resultado ocorre apesar da alta no Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) anunciada pelo governo no dia 15 daquele mês
para veículos vindos de fora da Argentina, Uruguai e México.
A medida atingiu sobretudo as
associadas à Abeiva, mas a entidade prevê que o reflexo aconteça a
partir deste mês, uma vez que algumas marcas mantiveram preços antigos
enquanto duraram os estoques.
Em setembro foram emplacadas
22.569 unidades dessas importadoras contra 20.420 em agosto. Para o
presidente da Abeiva, o aumento de 30 pontos percentuais no imposto fez
com que ocorresse uma “corrida às concessionárias”, para fechar negócio
antes que os preços subissem. A alta do IPI entrou em vigor no último
dia 16, um dia após o anúncio, e deve se estender até dezembro de 2012,
segundo o Ministério da Fazenda.
“Nossa expectativa para
setembro era de ficar entre 16 mil e 18 mil unidades emplacadas, mas,
com o anúncio do decreto, houve uma corrida às concessionárias, já que o
estoque na rede de revenda estava garantido com preços sem o repasse de
30 pontos percentuais do IPI”, diz José Luiz Gandini, que também é o
representante da sul-coreana Kia no Brasil.
Segundo a Abeiva, 20 das 27
marcas associadas registraram crescimento nas vendas em setembro. Na
comparação com setembro de 2010, quando foram emplacados 11.826
veículos, houve aumento de 90,8%.
No acumulado do ano, as
associadas à Abeiva venderam 151.850 veículos, 108,9% a mais em relação a
igual período do ano passado (72.694).
Importados mais caros
Em nota, a associação diz que até o
final deste mês a maioria dos carros importados deve sofrer o impacto
do novo IPI. Algumas empresas já anunciaram repasses parciais e
gradativos de preços finais aos consumidores. “Outras associadas ainda
permanecem em negociação com os seus fornecedores e também com a rede
autorizada de concessionárias, além de enxugar os próprios investimentos
da importadora”, diz a Abeiva.
A projeção é que o volumes de
vendas comece a cair. “Cada qual à sua maneira, as filiadas vão
permanecer ativas no mercado brasileiro. Vamos tentar majorar com o
menor porcentual possível, já pensando em 2013. Espero que não mudem as
regras do jogo ao final de 2012″, conclui o presidente da entidade.
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