Com as manifestações que vem ocorrendo em todo o País sou levado a procurar na História fatos similares.
Embora semelhantes não são necessariamente iguais.
E por coincidência na data de hoje em 1848 ( há 165 anos atrás) iniciava-se em Paris as barricadas operárias na luta contra o poder dominante.
Lamentavelmente deixou um saldo de 10.000 mortos ( se aproximarmos à nossa época seriam hoje em torno de 100.000 mortos ao menos).
Um oficial da repressão, de nome Cavaignac, recebeu poderes ditatoriais para por fim à rebelião.
Em 22 de Junho de 1848 o governo tomou severas medidas para controlar e reprimir os operários, depois dos levantamentos comunistas de 15 de Maio.
O fechamento das Oficinas Nacionais - que empregavam 110 mil operários - provocaram uma forte contestação por parte dos operários fabris.
Contra tais decisões Auguste Blanqui, líder socialista, comandou em junho de 1848, as insurreições operárias de Paris.
Desempregados e sem meios de sustento, os operários revoltaram-se espontaneamente levantando barricadas e dispostos a enfrentar o novo poder estabelecido e controlado pela burguesia.
"Nós queremos uma República democrática e social", dizia um cartaz afixado pelos revolucionários.
Para tentar suprir o desacato ao poder a Assembleia Nacional Constituinte decretou estado de sítio e nomeou o ministro da Guerra, general Louis-Eugène Cavaignac,chefe do poder executivo, dando-lhe poderes ditatoriais para que este reprimisse a revolta popular.
O general Cavaignac foi ajudado por forças vindas "espontaneamente" das províncias.
Nobres, burgueses, e padres marcharam ombro a ombro para ajudar Cavaignac a massacrar os insurretos de Paris.
A insurreição operária parecia bem encaminhada até ser esmagada, à força de bala, pela ação implacável de Cavaignac.
Os jornais foram suspensos, as reuniões públicas proibidas e as associações políticas postas sob o controle da polícia.
Estava afastado o perigo de uma "revolução social" e a burguesia pôde seguir em frente.
22 de junho, uma data histórica.
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