Do Brasil 247 - 29 de Junho de 2013 às 08:51
No editorial desta semana, a revista
semanal da Editora Abril toma posição e afirma que o povo não está
preparado para decidir sobre temas complicados, como a reforma política;
"não se faz plebiscito para jogar nos ombros das pessoas o peso de
decisões sobre o funcionamento de coisas complexas", diz o texto de
Eurípedes Alcântara; ou seja: o povo é bom para protestar (especialmente
contra o PT), mas não para decidir
247 - Na lógica da revista Veja, o
povo serve para protestar (especialmente se for contra o PT), mas não
para decidir. É o que fica claro no editorial desta semana da publicação
da Abril, chamado "Plebiscito é golpe".
De autoria do diretor de redação Eurípedes Alcântara, o
texto é uma clara demonstração de elitismo conservador. "Não se faz
plebiscito para jogar nos ombros das pessoas o peso de decisões sobre o
funcionamento de coisas complexas. As pessoas não podem ser obrigadas a
decidir exatamente como as instituições devem funcionar", diz o
editorial.
Numa clara demonstração de ignorância, má-fé ou ambos, o
editorial diz que os brasileiros foram às ruas para exigir a "reforma
dos políticos, não uma reforma política". Ocorre que Eurípedes não é
desinformado a ponto de desconhecer que são as instituições que fazem os
homens. Por isso mesmo, o debate mais avançado em ciência política diz
respeito ao melhor desenho institucional para as sociedades – uma vez
que até pessoas de boa fé, num sistema corrompido, excessivamente
dependente do capital privado, também se corrompem se for essa a lógica
para se eleger e se manter no poder.
O plebiscito, ao discutir temas como o financiamento
público de campanha, pode chegar à raiz do problema, mas o fato é que,
na lógica de Veja, não faz sentido qualquer mudança. O que parece
interessar é a permanência de um sistema viciado onde, a cada governo,
os mesmos escândalos se repitam.
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Um comentário:
Sr. Saraiva,
Achei interessante seu ponto-de-vista perante o editorial da revista Veja desta semana, o qual li agora há pouco.
Por outro lado, assim como o editorial afirmou, eu tive a nítida impressão de que esse tema do plebiscito foi implantado neste momento para tirar o foco da situação (protestos e economia em baixa).
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