Leandro Fortes, no Facebook
O artigo de Míriam Leitão contra Reinaldo Azevedo está atrasado, exatamente, 10 anos.
Os rosnados e latidos do blogueiro da Veja, recém contratado como
colunista da Folha de S.Paulo, só suscitaram indignação na colega de O
Globo, agora, porque a estrutura de mídia (e de poder) ao qual ambos
pertencem está desmoralizada e prestes a desmoronar.
Na última década, a direita hidrófoba latiu, rosnou e babou do mesmo
jeito, inclusive dentro das Organizações Globo, mas Míriam, profissional
zelosa em anunciar, toda manhã, o fim do mundo patrocinado pelo PT,
manteve-se calada. Conivente.
Jornalista elegante e de belo texto, não duvido que há muito Míriam
Leitão despreze Reinaldo Azevedo, cujo único talento, a bajulação dos
ricos, infelizmente está agregado à absoluta falta de talento para
escrever coisas minimamente inteligíveis.
Para ela, como para muitos da direita brasileira, era como um psicopata
domesticado que, enquanto se mantivesse apenas no espaço radical da
Veja, seria de boa valia para o serviço.
Fora dessa perspectiva, Míriam deve ter sempre olhado para o texto do
colega de luta liberal com o devido desprezo que qualquer jornalista
mediano tem pela má escrita, sobretudo quando se trata de um amontoado
de clichês retirados de velhas apostilas da ESG enfeitado por espasmos
de falsa erudição roubada ao Google e a orelhas de clássicos da
literatura universal.
Agora que o cão raivoso deixou o canil da TFP e veio latir mais perto,
no mesmo espaço singular do triste colunismo da mídia nacional, Míria
Leitão decidiu, finalmente, se pronunciar.
Tarde demais.
Vão todos - mírians, reinaldos, jabores, magnolis e gullares - afundar
juntos e abraçados na mesma lama em que se meteram por conta própria.
Aqui, ótimo artigo de Paulo Nogueira sobre o mesmo tema.
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