No
momento em que os Estados Unidos estão sob a ataque no mundo inteiro,
por terem colocado em prática um dos mais amplos programas de espionagem
de todos os tempos, que chegou até a grampear celulares de líderes
globais, e que Brasil e Alemanha apresentam resolução conjunta à ONU em
defesa da privacidade, a Folha acusa o governo Lula de usar a Abin para
espionar diplomatas; reportagem cai como luva para o discurso oficial
dos Estados Unidos, na linha de que "eu faço, mas todo mundo faz";
estranho, muito estranho.
Brasil 247 -
Os Estados Unidos, como se sabe, estão na berlinda. Programas de
espionagem em larga escala, colocados em prática pela Agência de
Segurança Nacional, a NSA, vigiaram cidadãos e governos de países como
Brasil, México, França, Espanha e Alemanha.
No
caso alemão, suspeita-se que o celular da chanceler Angela Merkel tenha
sido monitorado nos últimos dez anos. Não por acaso, na última
sexta-feira, Brasil e Alemanha apresentaram na sexta-feira uma resolução
conjunta às Nações Unidas, em defesa da privacidade (leia aqui).
E a Alemanha estuda, inclusive, conceder asilo diplomático a Edward
Snowden, ex-técnico da NSA que denunciou a arapongagem (leia aqui).
Nesse
contexto, a Folha de S. Paulo, maior jornal do País, publica hoje como
manchete uma reportagem que cai como uma luva para os Estados Unidos,
onde o discurso oficial tem sido "espionamos, mas todo mundo espiona".
Segundo
a Folha, no governo Lula, diplomatas da Rússia, do Irã e dos Estados
Unidos foram alvo de ações de monitoramento conduzidas pela Agência
Brasileira de Inteligência (leia aqui).
Os documentos obtidos pela Folha apontam que alvos diplomáticos foram
seguidos e fotografados por agentes em suas viagens. O objetivo, segundo
o texto, era conhecer seus contatos no Brasil. Segundo o Palácio do
Planalto, foram ações de contra-inteligência, em defesa do interesse
nacional.
Ok,
ainda que essas operações possam ser eventual classificadas como
espionagem, será que isso é comparável aos programas de interceptação
das comunicações colocados em prática pelos Estados Unidos?
Evidentemente, não. Mas com sua manchete de hoje, a Folha prestou um favor inestimável ao governo americano.
Em
resposta à reportagem, o Palácio do Planalto divulgou uma nota
informando que as operações ocorreram cerca de dez anos atrás,
obedeceram à legislação brasileira de proteção dos interesses nacionais e
que os responsáveis pelo vazamento de documentos secretos "serão
processados na forma da lei", uma vez que a prática constitui crime.
Leia abaixo a íntegra da nota, divulgada nesta manhã no Blog do Planalto
e cujos trechos foram publicados pelo próprio jornal:
Nota à Imprensa
Em relação à matéria veiculada pelo
Jornal Folha de S. Paulo em 04 de novembro de 2013, o Gabinete de
Segurança Institucional informa o seguinte:
1. As questões enviadas pela Folha
de S. Paulo na noite do dia 1º se referem a operações de
contrainteligência desenvolvidas pela ABIN, no período de 2003 e 2004,
portanto, entre nove e dez anos atrás.
2. As operações citadas no
questionário da Folha obedeceram à legislação brasileira de proteção dos
interesses nacionais. Como a Folha preferiu não enviar cópias dos
documentos obtidos, o GSI não pode validar a sua autenticidade.
3. Respeitando os preceitos
constitucionais de liberdade de imprensa, o GSI ressalta que o vazamento
de relatórios classificados como secretos constitui crime e que os
responsáveis serão processados na forma da lei.
4. A determinação do governo sobre
as atividades de inteligência é de absoluto cumprimento à legislação.
Eventuais infrações são passíveis de sanções administrativas, abertura
de processo de investigação e punições na forma da lei. O Sistema
Brasileiro de Inteligência (SISBIN) atua, exclusivamente, dentro de suas
competências das Leis 9.883, de 07 de dezembro de 1999, e 10.683, de 28
de maio de 2003. A ABIN desenvolve atividades de inteligência voltadas
para a defesa do Estado Democrático de Direito, da sociedade e da
soberania nacional, em restrita observância aos preceitos
constitucionais e aos direitos e as garantias individuais.
Assessoria de Comunicação Social do GSI
3 comentários:
MESQUITAS PRESTAM COMO SEMPRE UM MAU SERVIÇO AO POVO BRASILEIRO E UM BOM SERVIÇO A QUEM LHE PAGA MAIS.
E A LEI DOS MEDIOS?
Só a má fé e a cretinice explicam essa notícia da folha!
É risível traçar um paralelo entre a ação da NSA e essa da ABIN há dez anos.
Pelo que qualquer um, mesmo menos dotado intelectualmente, sabe ações de inteligência dentro do próprio território são legitimas. Há os que chamam isso de contraespionagem!
Aqui na província do sul, a sucursal do PIG noticiou em uma página Abin "também" espionou!
São uns cretinos!
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