terça-feira, 5 de novembro de 2013

Folha mente sobre Brasil para defender os EUA


No momento em que os Estados Unidos estão sob a ataque no mundo inteiro, por terem colocado em prática um dos mais amplos programas de espionagem de todos os tempos, que chegou até a grampear celulares de líderes globais, e que Brasil e Alemanha apresentam resolução conjunta à ONU em defesa da privacidade, a Folha acusa o governo Lula de usar a Abin para espionar diplomatas; reportagem cai como luva para o discurso oficial dos Estados Unidos, na linha de que "eu faço, mas todo mundo faz"; estranho, muito estranho.
Brasil 247 - Os Estados Unidos, como se sabe, estão na berlinda. Programas de espionagem em larga escala, colocados em prática pela Agência de Segurança Nacional, a NSA, vigiaram cidadãos e governos de países como Brasil, México, França, Espanha e Alemanha.
No caso alemão, suspeita-se que o celular da chanceler Angela Merkel tenha sido monitorado nos últimos dez anos. Não por acaso, na última sexta-feira, Brasil e Alemanha apresentaram na sexta-feira uma resolução conjunta às Nações Unidas, em defesa da privacidade (leia aqui). E a Alemanha estuda, inclusive, conceder asilo diplomático a Edward Snowden, ex-técnico da NSA que denunciou a arapongagem (leia aqui).
Nesse contexto, a Folha de S. Paulo, maior jornal do País, publica hoje como manchete uma reportagem que cai como uma luva para os Estados Unidos, onde o discurso oficial tem sido "espionamos, mas todo mundo espiona".
Segundo a Folha, no governo Lula, diplomatas da Rússia, do Irã e dos Estados Unidos foram alvo de ações de monitoramento conduzidas pela Agência Brasileira de Inteligência (leia aqui). Os documentos obtidos pela Folha apontam que alvos diplomáticos foram seguidos e fotografados por agentes em suas viagens. O objetivo, segundo o texto, era conhecer seus contatos no Brasil. Segundo o Palácio do Planalto, foram ações de contra-inteligência, em defesa do interesse nacional.
Ok, ainda que essas operações possam ser eventual classificadas como espionagem, será que isso é comparável aos programas de interceptação das comunicações colocados em prática pelos Estados Unidos?
Evidentemente, não. Mas com sua manchete de hoje, a Folha prestou um favor inestimável ao governo americano.
Em resposta à reportagem, o Palácio do Planalto divulgou uma nota informando que as operações ocorreram cerca de dez anos atrás, obedeceram à legislação brasileira de proteção dos interesses nacionais e que os responsáveis pelo vazamento de documentos secretos "serão processados na forma da lei", uma vez que a prática constitui crime. Leia abaixo a íntegra da nota, divulgada nesta manhã no Blog do Planalto e cujos trechos foram publicados pelo próprio jornal: 
Nota à Imprensa
Em relação à matéria veiculada pelo Jornal Folha de S. Paulo em 04 de novembro de 2013, o Gabinete de Segurança Institucional informa o seguinte:
1. As questões enviadas pela Folha de S. Paulo na noite do dia 1º se referem a operações de contrainteligência desenvolvidas pela ABIN, no período de 2003 e 2004, portanto, entre nove e dez anos atrás.
2. As operações citadas no questionário da Folha obedeceram à legislação brasileira de proteção dos interesses nacionais. Como a Folha preferiu não enviar cópias dos documentos obtidos, o GSI não pode validar a sua autenticidade.
3. Respeitando os preceitos constitucionais de liberdade de imprensa, o GSI ressalta que o vazamento de relatórios classificados como secretos constitui crime e que os responsáveis serão processados na forma da lei.
4. A determinação do governo sobre as atividades de inteligência é de absoluto cumprimento à legislação. Eventuais infrações são passíveis de sanções administrativas, abertura de processo de investigação e punições na forma da lei. O Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN) atua, exclusivamente, dentro de suas competências das Leis 9.883, de 07 de dezembro de 1999, e 10.683, de 28 de maio de 2003. A ABIN desenvolve atividades de inteligência voltadas para a defesa do Estado Democrático de Direito, da sociedade e da soberania nacional, em restrita observância aos preceitos constitucionais e aos direitos e as garantias individuais.
Assessoria de Comunicação Social do GSI

3 comentários:

Unknown disse...

MESQUITAS PRESTAM COMO SEMPRE UM MAU SERVIÇO AO POVO BRASILEIRO E UM BOM SERVIÇO A QUEM LHE PAGA MAIS.
E A LEI DOS MEDIOS?

ZP disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ZP disse...

Só a má fé e a cretinice explicam essa notícia da folha!
É risível traçar um paralelo entre a ação da NSA e essa da ABIN há dez anos.
Pelo que qualquer um, mesmo menos dotado intelectualmente, sabe ações de inteligência dentro do próprio território são legitimas. Há os que chamam isso de contraespionagem!
Aqui na província do sul, a sucursal do PIG noticiou em uma página Abin "também" espionou!
São uns cretinos!