Jato do PSB some no radar editorial de Folha e Estado
Jornais das famílias Frias e Mesquita apagam de suas páginas menção à
situação de sem dono do Citation PR-AFA, no qual morreram ex-governador
Eduardo Campos e mais cinco pessoas, 13 dias atrás; propriedade do
aparelho é fundamental para efeito de reconhecimento de
responsabilidades e pagamento de seguros; mas assunto já virou pé de
página no jornal Folha de S. Paulo, sem qual referência na capa, e não
mereceu nenhuma linha no Estadão, que preferiu fazer editorial
pró-candidata do PSB; cobertura jornalística à marinara?
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– O assunto do dia na sucessão presidencial não aparece em dois dos
principais jornais de papel do País. A Folha de S. Paulo, da família
Frias e O Estado de S. Paulo, do clã Mesquita, não abriram o menor
espaço em suas respectivas primeiras páginas para tratar o caso do jato
sem dono em que morreram, na quarta-feira 13, o presidenciável Eduardo
Campos e mais seis pessoas.
Até agora, 13 dias após a tragédia, não há definição sobre a quem
pertence, afinal, o Citation 560 XL, prefixo PR-AFA, que caiu em Santos.
É um avião, tecnicamente, sem dono.
O candidato a vice-governador de São Paulo Marcio França, chegou a
declarar, ontem, que os documentos estava no avião e teriam sido
destruídos na explosão que se seguiu à queda. Nem isso, nem a palavra da
candidata Marina Silva de que hoje haverá um esclarecimento por parte
do partido entusiasmaram os dois jornais. O estabelecimento da
propriedade do jato é fundamento para a apuração de responsabilidades no
acidentes e, ainda, para efeito de pagamentos de seguros.
Legalmente, o PSB pode ter infringido a Lei Eleitoral, que não permite o
uso de aeronaves para deslocamentos de candidatos que não tenham sido
locadas junto a empresas regulares de aviação. No limite, se for
comprovado que Marina Silva viajou no aparelho, qualquer partido poderá
pedir ao TSE o exame da impugnação da candidatura dela.
Sem nenhuma menção em suas respectivas primeiras páginas – apesar da
repercussão e da importância do caso – a Folha ainda noticiou a promessa
de esclarecimento de Marina no pé de uma de suas páginas da editoria de
política. O Estado nem isso. Ao contrário, e ainda um tanto sobre o
muro, dedicou seu principal editorial à proposta mais suave da candidata
do PSB sobre o estabelecimento de conselhos populares. "Melhor assim",
encerra o jornal no texto Marina e a democracia. Sobre o jatinho,
nenhuma linha na edição inteira.
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