Merval "curte" a cobertura "banho-maria"da imprensa sobre o escândalo paulista |
Pois bem, o deputado estadual Roque Barbiere (PTB) denunciou um esquema de propinas pagas por emendas parlamentares na Assembleia Legislativa em que, segundo o denunciante, um em cada três deputados estariam comprometidos com os desvios de recursos do governo estadual.
O deputado foi mais além e disse que este esquema funciona há cerca de vinte anos no governo de São Paulo.
Sem entrar no mérito de quem possa estar com a verdade com tais afirmações, pois o governador Geraldo Alckmin, do PSDB, em seu terceiro mandato, afirma desconhecer o esquema e que o governo apenas libera os recursos, que são gastos pelas prefeituras, a pergunta que urge ser respondida sobre este episódio é a seguinte:
Por que a imprensa não investiga a fundo tais denúncias?
A resposta pode ir além da seletividade da pauta dos grandes veículos de comunicação do país.
Não se pretende aqui fazer juízo sobre o que o deputado estadual afirmou, mas escancarar o quanto a grande imprensa brasileira age partidariamente na apuração de fatos, que interessam ou não serem desvendados.
Os mesmos órgãos de imprensa que criaram a pauta da faxina para emparedar integrantes do governo federal sobre denúncias investigadas sistematicamente e sem trégua, são os mesmos a tratar este estarrecedor acontecimento em "banho maria", com matérias, até este momento, sem continuidade e sem que levem a uma averiguação minuciosa daquilo que foi dito, publicamente, pelo parlamentar.
O estopim aceso parece apontar para um paiol repleto de casos de
corrupção altamente explosivo, fala-se em desvios de cerca de R$ 2
milhões por deputado. Há nisso aí um terreno fértil para exploração dos
bastidores das aprovações de emendas parlamentares, pelo menos, dos
últimos vinte anos.
Mesmo com a gravidade do que foi trazido a público, não se lêem editoriais raivosos condenando os malfeitos contidos em uma denúncia como esta, nem em O Globo, Folha de São Paulo, Estadão.
A Veja e a Época não fizeram uma cobertura séria, do tipo "doa a quem doer", para tratar o ocorrido.
Nem Jabor ou Merval Pereira se ocuparam, no Jornal Nacional ou na Globo News, de bradar palavras de ordem contra a corrupção da Assembléia Legislativa paulista, comandada pela maioria governista tucana.
Nada disso ocorreu até agora...
Qual poderá ser o rumo dessa história?
Talvez o destino seja mesmo dos escândalos da Alstom, das obras do metrô de São Paulo, do aumento expressivo do valor do Rodoanel, do esquema de compra de votos para a reeleição de FHC, Paulo Preto, entre tantos outros assuntos delicados... O do esquecimento editorial proposital.
Porque a imprensa tem partido e toma posição clara em situações como esta.
A imprensa cumpre importante papel de informar a sociedade sobre os mais variados temas, investigar e publicar desmandos é um deles, seja de qual lado isto ocorra.
Quando a imprensa, da maneira como age agora, tomando partido, legitima o sentimento comum das pessoas de que o publicam não é digno de confiabilidade e que se movimenta por interesses políticos, econômicos e comerciais.
Mesmo com a gravidade do que foi trazido a público, não se lêem editoriais raivosos condenando os malfeitos contidos em uma denúncia como esta, nem em O Globo, Folha de São Paulo, Estadão.
A Veja e a Época não fizeram uma cobertura séria, do tipo "doa a quem doer", para tratar o ocorrido.
Nem Jabor ou Merval Pereira se ocuparam, no Jornal Nacional ou na Globo News, de bradar palavras de ordem contra a corrupção da Assembléia Legislativa paulista, comandada pela maioria governista tucana.
Nada disso ocorreu até agora...
Qual poderá ser o rumo dessa história?
Talvez o destino seja mesmo dos escândalos da Alstom, das obras do metrô de São Paulo, do aumento expressivo do valor do Rodoanel, do esquema de compra de votos para a reeleição de FHC, Paulo Preto, entre tantos outros assuntos delicados... O do esquecimento editorial proposital.
Porque a imprensa tem partido e toma posição clara em situações como esta.
A imprensa cumpre importante papel de informar a sociedade sobre os mais variados temas, investigar e publicar desmandos é um deles, seja de qual lado isto ocorra.
Quando a imprensa, da maneira como age agora, tomando partido, legitima o sentimento comum das pessoas de que o publicam não é digno de confiabilidade e que se movimenta por interesses políticos, econômicos e comerciais.
O que confirma uma pesquisa da SECOM (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), em que cerca de 80% dos leitores não crêem ou crêem muito pouco no que é noticiado pela grande imprensa brasileira, como publicado aqui em julho de 2010.
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