A ficha já caiu para uma boa parcela dos estadunidenses, que estão indo às ruas fazer revoltas pacíficas, como não se via desde os anos 60, nas manifestações contra a guerra do Vietnã, pelos direitos civis e contra "o sistema".
A
guerra do Afeganistão já dura 10 anos. O neoliberalismo que gerou a
crise trouxe o desemprego, a exclusão social, a perda da moradia
hipotecada. Aposentados dos fundos de pensão viram parte de suas
aposentadorias evaporarem, com as perdas do pecúlio aplicado nos bancos
quebrados.
Ativistas ocupam as ruas e rebelam-se clamando "Somos os 99% que não vão mais tolerar a ganância e corrupção dos 1%".
A
ficha caiu, entendendo que existe um conflito de classes. Os 99% são o
povão estadunidense que perderam seu "american way of life" e estão se
sentindo na coluna dos perdedores. Os 1% são a elite econômica,
simbolizada em Wall Street que, bem ou mal, sempre saem ganhadores, com
crise ou sem crise.
Não deixa de ser uma versão "yankee" do parágrafo final do Manifesto Comunista de Marx e Engels: "Proletários, uni-vos!"...
Quem diria!
Lemas
como "Parar o sistema! Criar um novo mundo!" são propagados. Não deixa
de ter semelhança com o brado do Forum Social Mundial: "Um novo mundo é
possível".
Os ativistas exigem:
- Taxar os ricos e as corporações com mais impostos
- Proteger o planeta
- Colocar as necessidades humanas acima da ganância corporativa
- Colocar os trabalhadores antes de lucros
- Deixar o poder econômico de fora da política
- Fim das guerras, trazer as tropas de volta para casa
- Assistência de saúde para todos
- Fim da proteção econômica do governo às corporações
Neste 6 de outubro, aniversário da invasão do Afeganistão, ativistas estadunidenses marcaram a ocupação de Washington, a capital dos EUA.
O
movimento, inspirado nas revoltas populares iniciadas no Egito,
chamadas primavera árabe, começou com a ocupação de Wall Street, o
símbolo do capitalismo e das grandes corporações (Seria o equivalente
no Brasil a "ocupar a BOVESPA" - Bolsa de Valores de São Paulo).
http://occupywallst.org/ |
Alguns
milhares de ativistas ocupam Wall Street há 3 semanas, sejam se
revezando, sejam acampando. As manifestações são pacíficas, mas com
alguns atos de desobediência civil, como obstruir o trânsito, e
passeatas não autorizadas, o que levou a repressão da polícia e prisões
rápidas.
As ocupações se alastram para outras cidades: Bostom, Chicago, Los Angeles, San Francisco, etc.
Por
enquanto os ativistas são uma minoria barulhenta, mas vocalizam os
protestos do cidadão estadunidense médio, insatisfeito com o desemprego,
a crise que os afeta, enquanto os bancos que provocaram a crise se
salvam e continuam lucrando e pagando bônus milionários a seus
executivos.
Os
estadunidenses tem uma vantagem sobre os países do Oriente Médio: a
militância virtual é mais intensa, já que quase todos os domicílios tem
acesso a internet.
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