Senador do PSDB decide protagonizar
comentários sobre agenda do Congresso para atender a pedidos de
manifestantes. Cristóvam Buarque diz que ele e todos os outros não
representam a população
Provável candidato em 2014, Aécio tem encontrado nas manifestações uma maneira de atacar Dilma |
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) acabou advertido pelo colega Cristovam
Buarque (PDT-DF) ao tentar tomar para si o protagonismo dos comentários
em plenário sobre os pactos cobrados por Dilma Rousseff de governadores,
prefeitos e parlamentares. O parlamentar mineiro, provável candidato
tucano à Presidência da República em 2014, decidiu tomar a tribuna após
discurso feito pelo presidente do Casa, Renan Calheiros (PMDB-RN), que
apresentou a agenda de votações para dar conta da agenda fechada pelo
governo após as manifestações das últimas semanas.
“Gostaria de iniciar um novo dialogo com o país. Lamentavelmente, o
pronunciamento da presidente é o mesmo monólogo que vem sendo
protagonizado há dois anos no Brasil. O que eu vi foi um Brasil velho
falando para um Brasil novo”, disse o mineiro. “Eu, como cidadão, fiquei
frustrado com propostas porque é impensável pensar num verdadeiro pacto
sem que as oposições sejam convidadas para debatê-lo.”
O parlamentar afirmou que Dilma precisa ouvir os cidadãos, diretamente, e
os setores oposicionistas que o representam. Aécio se manteve na
tribuna por mais de uma hora, com apartes de vários outros parlamentares
que concordaram com o que disse. Até que Cristovam Buarque decidiu
questioná-lo: “Nossa fala chega ao Brasil na rua como um Brasil velho.
Se colocássemos aí o pessoal que está na rua, eles gostariam de falar
outra coisa.”
Cristóvam, que já havia dito que todos os partidos atuais precisariam
ser extintos, acrescentou agora que os cidadãos esperam algo mais que
leis. “Eles querem que a gente responda a quatro perguntas, pelo menos.
Como serão eleitos os políticos daqui pra frente? Como eles agirão daqui
pra frente? Como eles serão fiscalizados? Como é que serão punidos?
Temos de reconhecer, para essa juventude que está aqui, que não temos
condições de fazer isso com clareza porque somos o Brasil velho e porque
temos instinto de sobrevivência e quando vamos fazer qualquer reforma
olhamos para a próxima eleição.”
Aécio, menos confiante que nas intervenções anteriores, agradeceu o
aparte do senador, mas pediu licença para discordar sobre a necessidade
de extinguir as legendas políticas: “Não acredito que esse seja o
caminho saudável e natural para esse reencontro dos políticos que têm
mandato com as ruas”.
No RBA
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