O
programa de ontem do PSDB deixou clara a aposta dos tucanos no
terrorismo inflacionário, como forma de ressuscitar politicamente na
mídia, reocupando o espaço de alternativa à sucessão o qual vinha sendo
ocupado o governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Para isso, Aécio não foge de um figurino de Collor, Parte 2 – O Bam-Bam-Bam das Alterosas:
apresentar-se como o novo, o jovem, o inimigo intransigente da
inflação que ameaça o povo brasileiro, que estaria se aproveitando da
leniência do Governo com a disparada de preços.
Até para o tomate a dez reais apelou. Só faltou mostrar a capa da Veja, embora ele não deva ir a supermercados para saber que o “vermelhinho” já voltou ao preço normal.
Não é Aécio quem faz a “onda inflacionária”, mas está perdendo o juízo quando aposta tudo em surfá-la.
Talvez tenha se esquecido do que lhe disse o avô, Tancredo, quando o iniciou na política: “você não quer largar a vida de surfista e conhecer direito a sua terra?”. [Também pode ficar com essa outra informação aqui. Nota deste ComTextoLivre]
Quando uma pessoa fala o que não combina com o que pensa, é preciso ter dotes de ator para não ficar inverossímil.
Um “Aécio-que-rosna” é tão inacreditável quanto um “José Serra-que-ri”.
Serra
era – e é – um agente ideologicamente ligado ao capitalismo financeiro
e a candidatura presidencial, para ele, sempre esteve ligada ao desejo
ideológico de servi-lo, enquanto Aécio é apenas um político
convencional, mais interessado em galgar postos do que em projetos
econômicos. Fica ali pelo “xoque de jestão” e não vai muito além disso.
Aécio
está se “ajeitando para ser chutado”. Lula só não entrou ainda no jogo
porque acha que ainda não é a hora de bater nem em Neves nem em
Campos. Os dois têm um imenso telhado de vidro, pois governaram anos com
Lula presidente e este sabe bem onde os seus calos apertam.
Para
tomar o lugar de Campos na mídia e oferecer-se como a cara da direita,
este figurino brucutu-bonitinho que Aécio está vestindo, talvez sirva.
Para esvaziar os potes “até aqui de mágoa” de Serra e Geraldo Alckmin,
é duvidoso.
Mas para ser um
candidato com chances reais, vai precisar de muito, mas muito
terrorismo econômico da mídia para que isso se viabilize.
Porque para apresentar-se como “o novo” carregando FHC nas costas não é preciso ser ator apenas.
É preciso ser mágico.
Fernando BritoNo Tijolaço
Nenhum comentário:
Postar um comentário