domingo, 16 de junho de 2013

FALA, PROFESSOR!

Do Para Leitura - domingo, 16 de junho de 2013
Sugestão de Julinho da Adelaide no Facebook

Do Twitter do jornalista e professor Nilson Lage a leitura mais clara dos fatos da última semana:
 
1 - Grupos de rapazes de classe média, partidos universitários e esquerdas excluídas do poder planejam protestos urbanos. Normal, previsível.

 
2 - A infiltração de provocadores e a ação descabida da polícia ampliam incidentes que não mobilizam mais que 0,05% da população paulista.

 
3 - A esquerda robô formula e a direita esperta repete a tese de que há uma insatisfação genérica no país. A mídia estrangeira rejubila-se.

 
4 - A todos esses interessa esse quadro de desencanto popular: enfraquece posições externas e políticas internas que desagradam ao Império.

 
5 - No entanto, essa insatisfação não aparece em cifras, dados ou pesquisa de opinião. É uma distorção e um factoide.


E ainda:


600 pessoas "espalharam o caos" em Brasília contra a Copa que atraiu ao Estádio Nacional 67 mil espectadores.

Acrescento: "revolução", "despertar do povo"... Menos, pessoal. O que ficou da "Primavera do Oriente" do início de 2011? Ou do Occupy Wall Street? Que mudanças estruturais promoveram? Não vi nenhuma, e me corrijam, por favor. É fato que em diversos cantos do mundo, hoje, a facilidade de mobilização pelas redes sociais viabiliza que manifestações saiam do mundo virtual e cheguem à ruas . Há este dado novo na esfera pública do mundo dito "pós-industrial". É isto, apenas. Chegou a vez de São Paulo na tela do espetáculo globalizado, frenesi midiático, que já teve seu centro na Praça Tahrir do Cairo, depois em Wall Street, em NY, e capitais européias. Acontecem, bombam e passam, sem mudar nada.


Importante se manifestar, ordeiramente. Dar no PT um susto de "voz rouca das ruas", como dizia o dr. Ulysses Guimarães, ok. Pode fazer bem ao partido no poder se ele for capaz de assimilar. Não acredito que seja, embora pense que o ajudaria a não se tornar a coisa patética em que se transformou o PSDB que um dia foi de Mário Covas, seu primeiro presidente.

O quadro que vejo é esse. Ingenuidade de quem acredita que vai mudar o mundo com passeatas. E cinismo de quem capitaliza passeatas idealistas para a luta ideológica acirrada. 


Aos ingênuos, a condescendência preocupada de que não se tornem massa de manobra. Aos cínicos, o recado de que sobrevivem os que pensam com perspectiva histórica e se lembram de 1954, 1961 e 1964.
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