--Só fala em petralhas e esquece dos PSDBestas e dos DEMônios.
Eu até que gostaria de ver JNB
convivendo com o PSDB, DEM, PIG. etc. Com o PT não precisa porque ele já
não convive, ele excluiu.
Numa coluna absolutamente irresponsável, o jornalista Elio Gaspari faz
um exercício de futurologia que estimula Joaquim Barbosa, presidente do
Supremo Tribunal Federal, a trocar a toga pela política e a seguir a voz
das ruas. Passo 1: seus colegas analisam os embargos e (com base na
lei) mudam as condenações. Passo 2: Barbosa renuncia, faz um discurso
(populista), chama um táxi e se lança ao Palácio do Planalto. Passo 3:
mesmo sem base partidária, ele se elege, assim como Fernando Collor e
Fernando Henrique Cardoso, que aproveitaram suas oportunidades, como a
indignação contra o governo Sarney e o Plano Real. Desta vez, Gaspari
flertou definitivamente com a demagogia e o autoritarismo
23 DE JUNHO DE 2013
247 - A imprensa brasileira parece estar aderindo ao vale-tudo para
tirar o PT do poder. Primeiro, foi o Datafolha, que fez uma pesquisa
entre os manifestantes e concluiu que Joaquim Barbosa é o candidato das
novas massas. Agora, é o colunista Elio Gaspari, da Folha e do Globo,
quem sugere que, após a provável revisão das penas da Ação Penal 470,
ele renuncie à toga, faça um discurso (populista, naturalmente) e
concorra à presidência da República, mesmo sem base partidária.
Eis algumas perguntas:
1) O STF deve ser emparedado pelas ruas ou deve ter liberdade para julgar de acordo com a lei?
2) Deveria haver lugar no Brasil para juízes populistas, que se pautam pelo grito da rua?
3) Cabe à imprensa emparedar tribunais e estimular comportamentos demagógicos na Justiça?
O que está em curso no Brasil é a desmoralização completa da democracia e
de suas instituições, com apoio de colunistas como Elio Gaspari.
Abaixo a coluna de Gaspari:
Numa tarde de Brasília, o Supremo Tribunal Federal reúne-se para julgar
os recursos dos mensaleiros, revoga as condenações por formação de
quadrilha e livra-os do cárcere. Joaquim Barbosa, o presidente da corte
que relatara o processo, joga a toga sobre a bancada, faz um breve
discurso, renuncia ao cargo, sai do prédio e chama um táxi. Dias depois,
seu nome é lançado como candidato à Presidência da República.
Há fantasia nesse cenário, mas o gesto da renúncia é uma possibilidade
real. Se Joaquim Barbosa será candidato, trata-se de pura futurologia.
Quem duvida dessa possibilidade apresenta o que seria um obstáculo
intransponível: a falta de base política. Alguém conhece pessoa que
votará no candidato que for indicado pelo PMDB? Ter base partidária é
mais uma carga do que um impulso, mesmo no caso do PT. Para a campanha
da doutora Dilma será bom negócio esquecer a estrelinha vermelha,
fechando o foco na personalização de seu governo. O PT decidiu
confundir-se com os mensaleiros. Problema dele.
Dos cinco presidentes eleitos nos últimos 60 anos, três prevaleceram sem
que devessem qualquer coisa às bases partidárias. Fernando Henrique
Cardoso foi eleito pelo Plano Real. Se dependesse da força do PSDB,
seria candidato a deputado federal. Ele foi eleito porque o real ficou
de pé. Depois do fracasso do Plano Cruzado, houve sete ministros da
Fazenda e só ele teve futuro político.
Fernando Collor passou por três grandes partidos, mas elegeu-se pelo
microscópico PRN, que não existe mais. Recuando-se aos anos 60, Jânio
Quadros elegeu-se governador de São Paulo pelo irrelevante PTN e em 1958
foi engolido pela União Democrática Nacional num lance puramente
oportunista.
Partido, quem teve foi Lula. Todos brincam de cubos, formando alianças
fisiológicas lubrificadas pelos métodos que desembocam em mensalões.
Olhando-se para a rua cheia de gente contra-isso-que-está-aí, vê-se um
quebra-cabeça onde falta uma peça. Aécio Neves tem nas costas o doutor
Eduardo Azeredo, com seu mensalão mineiro. Eduardo Campos não entendeu
nada, disse que baixou as tarifas de transportes em um ato "unilateral",
como se fosse um coronel do semiárido falando aos peões de sua fazenda.
Joaquim Barbosa pode vir a ser a peça que fecha o quebra-cabeças. Se
isso acontecerá, não se sabe. Também não se sabe que resultados trará.
Os dois exemplos de avulsos que chegaram a presidente, Jânio e Collor,
terminaram em catástrofes. No caso de Jânio, numa catástrofe que levou
as instituições democráticas para a beira do precipício no qual elas
cairiam três anos depois, em 1964. Barbosa defende grandes causas, mas é
chegado a pitis e construções inquietantes, como a sua denúncia das
"taras antropológicas" que a sociedade brasileira carrega.
Descontrola-se e justifica-se atribuindo sua conduta a dores de coluna.
Se todas as pessoas que têm esse tipo de padecimento perdessem o
controle quando viajam em trens lotados na hora do rush, as tardes
brasileiras teriam pancadarias diárias. Há nele uma misteriosa
predisposição imperial.
Talvez esse exercício de futurologia tenha o valor de uma leitura de
cartas. Sobretudo se o PT perceber que a ida dos mensaleiros para a
prisão, ainda este ano, deixará de ser um peso nas suas costas. Afinal,
depois que Fernando Haddad e Geraldo Alckmin acordaram o monstro, é
difícil saber como levar a rua para casa, mas é certo que o monstro
sairá de casa se os mensaleiros forem poupados.
Às 19h de quinta-feira, os manifestantes que estavam na avenida Paulista
em frente ao prédio da Gazeta mandaram que as bandeiras vermelhas
fossem abaixadas: "O povo unido não precisa de partido". Minutos depois,
queimaram algumas. Há 12 anos elas estavam lá, gloriosas, festejando a
eleição de Lula.
Leia, abaixo, reportagem anterior do 247 sobre o surgimento do
presidenciável Barbosa, quando ele foi capa de Veja, como "o menino
pobre que mudou o Brasil":
NASCE UM PRESIDENCIÁVEL: O CAÇADOR DE PETRALHAS
Joaquim Barbosa chegou lá. Veja, que lidera a oposição no Brasil, acaba
de lançá-lo à presidência da República com sua capa sobre “o menino
pobre que mudou o Brasil”, numa operação editorial semelhante à do
“caçador de marajás”. Transformado em herói como o “vingador” que levou o
PT à prisão, aplaudido em bares como o Bracarense e chamado de “nosso
Batman” nas redes sociais, o ministro do Supremo Tribunal Federal é a
alternativa que resta à oposição para tirar o PT do poder. Ele
conseguirá?
6 DE OUTUBRO DE 2012 ÀS 07:32
247 – Joaquim Barbosa para presidente! É o berro que salta da capa da
revista Veja desta semana, sobre “o menino pobre” que relatou a Ação
Penal 470 e será lembrado como o responsável por colocar o PT na cadeia.
José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, José Genoino, ex-presidente do
PT, e Delúbio Soares, ex-tesoureiro do partido, estão prestes a ser
condenados. Nas próximas sessões do Supremo Tribunal Federal, o
“vingador” Joaquim Barbosa defenderá que os três sejam presos ao fim do
processso. Também nesta semana, ele pode se tornar presidente da corte,
caso prevaleça a tradição da casa, que prevê a entrega do comando ao
ministro mais antigo, que ainda não tenha sido presidente.
Chamado de “nosso Batman” nas redes sociais, Joaquim Barbosa é o herói
quase perfeito. Talvez, o único capaz de rivalizar com o ex-presidente
Lula no que diz respeito às possibilidades de mistificação. Barbosa tem
origem tão ou mais humilde do que a do ex-presidente, mas ascendeu
graças ao estudo. Graduou-se, fez doutorado fora do País e está prestes a
assumir um dos três poderes da República. Um símbolo, portanto, da
chamada “meritocracia”, uma palavra tão em voga ultimamente.
No STF, Barbosa agiu de maneira implacável – e ainda que seus métodos e a
consistência de seus argumentos sejam questionados, ele é sucesso
inegável de público. Nas redes sociais, ele é o “nosso Batman”,
super-herói responsável por colocar à beira da prisão aquele que era
tido como o “capitão do time” de Lula. E mesmo seus defeitos, como a
intolerância e a postura irritadiça diante dos colegas, podem ser
tratados como virtudes. No país do homem cordial e conciliador, Barbosa
seria o juiz intransigente diante da corrupção. E que costuma ser
aplaudido em bares e restaurantes, como o Bracarense, no Rio de Janeiro.
O risco dessa operação editorial, no entanto, é a desmoralização
completa do próprio Supremo Tribunal Federal. Se Joaquim Barbosa vier a
abraçar um projeto político, o próprio julgamento da Ação Penal 470
poderá vir a ser considerado no futuro como um julgamento político – e
não técnico. Aliás, Batman era um justiceiro que agia fora da lei. E por
isso mesmo era sempre mandado de volta para a caverna
Para Veja, no entanto, pouco importa. Na sua cruzada contra o PT, o que
vale é encontrar o presidenciável que seja capaz de derrotar um projeto
político que, até recentemente, era tido como hegemônico. No passado,
Veja lançou o “caçador de marajás” e o final da história é conhecido.
Agora, acaba de nascer o “caçador de petralhas”.
Postado há 3 hours ago por Blog Justiceira de Esquerda
Do Blog Justiceira de Esquerda.
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