"(...) Na manifestação em Brasília, cantava-se
repetidamente o refrão nacionalista: sou brasileiro, com muito orgulho.
Agora que novamente estou paranóico, até isso me soa como um hino
integralista e fascista. Afinal, o que significa, nesse momento, ter
“orgulho de ser brasileiro” e ao mesmo tempo desprezar tão profundamente
os símbolos da democracia: Correios, Itamaraty, Congresso, prefeituras.
Até o terreirão do samba, lugar de diversão popular, foi destruído!
O que significa ter orgulho de ser brasileiro e querer melar a Copa do Mundo? Depois de toda gastança construindo os estádios, na hora em que poderíamos ter o retorno a estes investimentos, com geração de milhares de empregos, impostos e promoção de imagem do país no mundo, a gente destrói tudo? Que palhaçada! Se houve superfaturamento, que se investigue os culpados e prenda-os, mas a Copa continua!
Enfim, tá tudo muito estranho, muito perigoso. A esperança agora é que a presidenta Dilma seja líder e encontre a melhor maneira de restabelecer a ordem pública."
Levante da juventude virou rebelião fascista?
Miguel do Rosário - O Cafezinho - 20/06/2013
Agora o estrago está feito. Minhas paranóias iniciais, de que a coisa
poderia degenerar numa espécie de rebelião descontrolada tipo Líbia, com
infiltração de todo tipo de oportunistas, tornaram-se realidade. Ainda
tentei sufocar minhas paranóias e acreditar um pouco no bom senso dos
jovens. “Eles querem ser politizados. Tudo vai dar certo”, pensei. É
legal ver os jovens indo às ruas protestar por um Brasil melhor. É a
primavera da juventude. Quebrei a cara. Não apenas eu. Até a presidenta
fez elogios às manifestações. Mas todas as ressalvas que fiz acabaram se
tornando o ponto principal. A coisa toda virou um pesadelo golpista.
Sem foco, o movimento degringolou numa revolta fascista, com jovens
camisas negras espancando militantes de partidos de esquerda e gritando
“ditadura já”, conforme relatos que li do que aconteceu em São Paulo.
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