Eu, que peguei a mania da Miriam Leitão de ficar usando gráfico para explicar as coisas, tomei a liberdade de colocar, junto dele, uma linha com a trajetória da taxa Selic do Banco Central.
O resultado é algo que não pode ser mostrado nas aulas de economia, porque contraria o manualzinho que diz que “inflação sobe, juro sobe” e “inflação cai, juro pode cair”.
E se você juntar aí a curva do consumo das famílias, aí é que a coisa dá um nó. Porque não se encontra, nem revirando o depósito das Casas Bahia, nenhuma corrida às compras que pudesse estar elevando preços. Houve, é verdade, alta no preço dos alimentos, mas isso não se combate com alta de juros públicos.
A menos que se ache que os plantadores de tomate estão especulando com a taxa Selic.
Mas o perverso disso é que será, no mínimo, uma “meia-trava” no que há de melhor hoje, em nossa economia, que é o investimento produtivo – o melhor indicador do PIB foi a formação bruta de capital fixo – e o que ele projeta para a produção futura, para o emprego e para o consumo.
Bom, há uma alternativa: passar a ensinar, nos cursos universitários, que a mídia é “fundamento econômico”. E que o papel da autoridade monetária é defender os ganhos dos especuladores.
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