segunda-feira, 24 de junho de 2013

Nas ruas: golpistas e vândalos sim, sociedade civil organizada não

ObsCena
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Seguindo concepção de Antonio Gramsci, o Brasil é uma sociedade ocidental, com uma relação equilibrada entre a sociedade política e a sociedade civil. O centro da luta de classe está na chamada “guerra de posição”, na qual a sociedade civil, de forma progressiva e consensual vem conquistando espaços para buscar exercer sua hegemonia e para chegar ao poder na sociedade política (Estado em sentido estrito). Sobre o tema ver meu livro “Terceiro Setor e as parcerias com a Administração Pública: uma análise crítica” (Fórum, 2ª ed., 2010).
O que o Movimento Passe Livre de São Paulo sempre fez lutando coerentemente pela tarifa zero para o transporte coletivo, e sua atuação vencedora pela diminuição dos valores das tarifas em São Paulo, gerou o início das manifestações nas ruas por parte de aproximadamente 6% da população brasileira, na sua maioria da classe-média.
O que o MPL e alguns outros movimentos fizeram no início foi uma guerra de posição. Mas a partir do momento que os movimentos sociais, os partidos políticos, as organizações não-governamentais saíram das manifestações, o que sobrou foi um amontoado de golpistas de um lado e de outro lado de vândalos. Pesquisa aponta que entre eles, apenas 6% da população, seus candidatos à presidência em 2014 são Joaquim Barbosa (o Imperador do STF) e Marina Silva (ex-PT, ex-PV, por enquanto PAREDE – Partido da Rede).
Os golpistas querem o impeachment totalmente injustificado da presidenta Dilma Rousseff (PT). Os vândalos querem destruir ou saquear bens públicos e privados. Os golpistas e vândalos querem o fim da democracia representativa.
Claro que ainda em algumas capitais ou cidades do interior do país ainda há um resquício de manifestações politizadas. Mas nas grandes capitais não há mais meio termo: a não ser em dias de jogos do Brasil com torcedores, nas ruas estão apenas os golpistas ou vândalos.
À esquerda e aos cidadãos não golpistas resta pensarmos em como aperfeiçoar a democracia representativa com uma reforma política que crie o financiamento público de campanha e fortaleça partidos políticos que não são de aluguel, o fortalecimento dos sindicatos representativos, de ONGs sérias. Temos que pensar na democratização das mídias, numa reforma tributária que tribute os ricos e desonere a classe-média e os pobres. Numa educação e saúde estatal com mais recursos.
Recentemente vivemos mais de 20 anos numa ditadura e apenas estamos construindo nossa democracia. Viva a democracia. Fora para a imbecilidade.

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