A direita argentina, a esquerda brasileira e o apoio a Cuba
por Raul Longo [Também colaborador desta nossa Agência Assaz Atroz]
Pelas esquinas e entre algumas correspondências da internet venho ouvindo rumores de golpe em curso.
(...)
‹‹A expansão dos Estados Unidos sobre o continente americano, desde o Ártico até a América do Sul, é o destino de nossa raça››
Portanto,
sem medo e sem susto parti para Foz do Iguaçu, convidado pelos
companheiros da Associação José Martí a participar da XXI Convenção
Nacional de Solidariedade a Cuba.
Bons
companheiros, agradável viagem e talvez tenha até me lembrado de outras
semelhantes, ainda na adolescência, quando se preenchia as horas de
estradas cantando bobagens como: “O Brasil vai lançar foguete/ Cuba também vai lançar/ Cuba lança! Cuba lança! Quero ver Cuba lançar!”
Bobagem
de garoto, mas então a marchinha me dava uma sensação de identificação
à luta pela autonomia do povo cubano. Os anos passaram e,
contrariamente, desde 1964 nos tornamos ainda mais subjugados.
(...)
Pelo
que comentam os brasileiros que visitam Buenos Aires ou amigos
argentinos que me visitam, me é bastante perceptível a consciência da
esquerda daquele país e a consistência do apoio aos inegáveis avanços
políticos sociais do continente na última década. Já o apoio a Cuba
pela esquerda brasileira me pareceu dúbio, pois a maioria dos que se
inscreveram para comentários às exposições dos especialistas cubanos
mais evocaram seus feitos depondo contra o atual governo do Brasil, do
que sugeriram alguma ação que pudesse elevar a compreensão de nosso
povo sobre as realidades ali demonstradas.
Um
culpou o governo Dilma Rousseff por se aliar aos Estados Unidos no
bloqueio à Ilha Caribenha. Por pouco não exigiu uma declaração de
guerra, mas pretende imediato rompimento de relações com o ainda ontem
maior parceiro comercial do Brasil que hoje ocupa a segunda posição,
atrás da China.
Outra,
apresentando-se como representante de movimento internacional de
esquerda, acusou nossa Presidenta por não aceitar a vinda dos médicos
cubanos. Depois de a lembrarem ser o governo Dilma quem os requer e o
Conselho Federal de Medicina quem desaprova, decidiu por si que se
Dilma realmente pretendesse a atuação dos médicos de Cuba junto às
comunidades não atendidas pelos formados no Brasil, nada a impediria.
Mais
uma “brilhante” dedução foi a da ativista que recriminou a permissão do
governo brasileiro à vinda de Yoani Sánchez, exultando-se pela
participação nos manifestos que da Bahia transformaram a agora já
esquecida agente da CIA em vedete da mídia nacional por mais de uma
semana.
[AA: Quem conta com uma esquerda dessas não precisa de golpistas de extrema direita]
(Clique no título e leia artigo-relatório completo no blog da redecastorphoto)
Nenhum comentário:
Postar um comentário