9 de Jun de 2013 | 08:53
Como você vê na ilustração, não foi diferente o que tentaram fazer com Lula em março de 2009, mais ou menos o mesmo tempo antes da eleição.
Mas as pesquisas, que são a artilharia, dependem da comunicação para serem abastecidas.
A suposta “queda” da aprovação de Dilma, embora ainda se situe em patamar confortavelmente alto (57%) e bem maior do que o do início do seu governo (47%), seja ela real ou fictícia, tem uma cobertura de legitimidade na preocupação com a inflação.
Preocupação com a inflação não é o mesmo que inflação, mas a percepção que se forma é a de que ela é um perigo não a uma estabilidade econômica teórica, mas ao dia-a-dia das pessoas.
Mas porque o terrorismo inflacionário promovido pela imprensa, que não é novo, pode agora estar sendo aceito como causa para uma mudança na percepção coletiva de, ao menos, parte da população.
Para especular sobre isso, é conveniente ver quais são os dados novos nesse processo e, sem dúvida, o maior deles é a mudança de atitude do Governo que, pela primeira vez, demonstrou receio de que as previsões do mercado financeiro e da mídia pudessem corresponder – ou se tornarem – à realidade.
O discurso desenvolvimentista perdeu , dando espaço à cantilena de uma crise que está a léguas de ser real.
Tanto é assim que, em meio a um cenário terrível da economia mundial, o número de pessoas que crê que a situação econômica não vai mudar (39%) ou que vai melhorar (38%) soma quase quatro quintos dos entrevistados.
Não há uma escalada inflacionária, o nível de emprego prossegue alto e, se o governo assumir uma atitude de maior comunicação com a população, sinalizando que não mudou a ideia de fazer do consumo interno a mola do crescimento econômico, essa impressão forjada pela mídia se dissipará.
Resta ver se haverá a coragem que Lula teve de, contra a posição do Banco Central, dizer claramente: confiem, comprem, o país crescerá.
No que diz respeito ao quadro eleitoral, a situação de Dilma permanece sem alterações significativas. Ela aparece com patamar muito semelhante ao que teria Lula se fosse candidato (51% e 55%, respectivamente). Considerando que há 8% que não respondem ou dizem votar nulo ou branco, os 51% equivalem a 55,4%.
Aécio, mesmo com a superexposição na mídia e o programa de TV do PSDB, ainda fica atrás de Marina (16 a 14%). Mas é curioso como Marina aparece apenas com 1% quando a declaração de voto é espontânea. É sinal de pouca solidez.
Sinal contrário do que apresenta a dupla Dilma/Lula, que tem um terço das menções espontâneas.
Em resumo, a pesquisa só serve para estimular o discurso que a mídia assumirá esta semana, o de que “Dilma está caindo”.
Que precisa de uma resposta forte do Governo para que o desejo da direita não saia dos jornais para as ruas.
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