segunda-feira, 3 de junho de 2013

O sucesso de estádios como o Maracanã e o Mané Garrincha

03/06/2013
 

Deixemos de lado, por um momento, o questionável financiamento público de estádios que em seguida serão privatizados, na repetição dessa instituição nacional que é privatizar o lucro e socializar o prejuízo. O sucesso de estádios como o Maracanã e o Mané Garrincha cala fundo na alma dos fracassomaníacos, já que contraria a ideia de razoável parcela de nossa elite segundo a qual o povo brasileiro é uma droga, ganha mais do que deveria, é um peso a ser carregado. Essa ideia está incrustrada profundamente no pensamento nacional e foi plenamente assimilada pelo próprio povão. "Branquear" a população importando europeus e atribuir "preguiça" aos baianos que ajudaram a construir São Paulo são dois exemplos que expressam a mesma ideia subjacente, de que o povo que temos não presta. Herdamos isso do "cientificismo" que acompanhou a colonização europeia da África: a pseudociência da craniometria sustentava que o negro era inferior por ter cérebro menor. A universidade que forjou boa parte da elite paulista, a USP, bebeu na matriz francesa e incubou os ares de superioridade intelectual e condescendência em relação aos pardos e pretos, no caso deles do além mar, em nosso caso das periferias. Aguardem as múltiplas crises de 2014, do caos aéreo à perda de malas, da violência contra turistas à falta de gandulas, para não falar naquele pênalti perdido por Dilma e os mensaleiros petistas.
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