Em entrevista coletiva, o presidente do Democratas, senador José Agripino Maia (RN), disse que uma Constituinte pode tomar caminhos diferentes do previsto incialmente (Antonio Cruz/ABr) |
Brasília – A convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte por meio
de um plebiscito não é a melhor opção para fazer a reforma política,
disseram os líderes da oposição no Congresso Nacional, ao comentar a
proposta apresentada hoje (24) pela presidenta Dilma Rousseff como uma
das medidas para atender às demandas das manifestações populares que vêm
ocorrendo em todo o país. Em entrevista coletiva, o presidente do
Democratas, senador José Agripino Maia (RN), disse que uma Constituinte
pode tomar caminhos diferentes do previsto incialmente.
Para ele, a Constituinte poderia propor, por exemplo, questões como o
encurtamento do mandato presidencial e a mudança de regime político,
entre outros temas que não estão na pauta dos manifestantes. “Por que
fazer uma Constituinte só para votar reforma política? Pode-se
contaminar uma reforma constitucional com outros assuntos que podem não
ser o real interesse do Brasil”, disse Agripino.
O senador mineiro Aécio Neves, que preside o PSDB, também criticou a
ideia e disse que a reforma política ainda não foi votada no Congresso
porque não teve o apoio do governo federal. Na opinião de Aécio, a
presidenta Dilma transfere as responsabilidades sobre o que há de errado
no país para o Parlamento e os governos estaduais e municipais.
“Eu acho que as reformas eleitorais necessárias poderiam, como já
aconteceu no passado, ser votadas celeremente pelo Congresso Nacional,
se houvesse o real empenho do governo federal. Não houve empenho do
governo federal em dez anos na condução da reforma política e ela agora,
para desviar a atenção, transfere a responsabilidade para o Congresso.
Assim como transfere para estados e municípios a responsabilidade de
desonerar ainda mais as tarifas para transporte público”, completou
Aécio.
Para o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP), os atuais
protestos darão ao Congresso a melhor oportunidade de fazer a reforma
política. Freire também é contra a convocação de uma Constituinte, por
entender que os parlamentares são capazes de dar a resposta à sociedade.
“O Congresso já tentou inúmeras vezes. É raríssima uma legislatura em
que não discute a reforma política, que nunca é feita." O deputado
ressaltou que a pressão da sociedade pode oferecer outra oportunidade,
mas não considera necessária uma Constituinte exclusiva. "Para fazer a
reforma política, este Congresso tem a competência.”
Em reunião com prefeitos e governadores, a presidenta Dilma Rousseff
apresentou hoje diversas propostas de ações para responder às demandas
manifestantes que saíram às ruas em todo o paísções nos últimos dez
dias. Além do plebiscito para convocar a Constituinte da reforma
política, Dilma sugeriu a contratação de médicos estrangeiros em locais
onde não houver profissionais brasileiros disponíveis, a aprovação da
proposta que destina 100% dos royalties do petróleo para a educação e a
transformação da prática de corrupção em crime hediondo.
Edição: Nádia Franco
Postado há 33 minutes ago por Blog Justiceira de Esquerda
Do Blog Justiceira de Esquerda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário