terça-feira, 18 de junho de 2013

Política se aprende fazendo política



Estive em vários pontos da manifestação que tomou a cidade hoje.
Quando tiver tempo subo os vídeos e fotos e tento fazer um relato, hoje preciso dormir que estou exausta e nesta semana o bicho está pegando e vai pegar, mas algumas coisas me chamaram muito a atenção:

Cena 1: A coxinização versus a politização está nas ruas
Vi quando na altura do Trianon chegou a primeira leva na Paulista. As caras me pareceram bem diferentes das primeiras manifestações, acho que vi alguma representante do Cansei. Horas depois nada vermelho, nada. Daí por volta das 22:30 chega o grupo que andou do largo da Batata, 9 de julho, Augusta etc. Esta é a cara do movimento que eu conheço, pessoal da Educafro, por exemplo, e começam a aparecer meninos negros, bandeiras vermelhas e um coro “Ih fodeu o povo apareceu” (nada de ‘o povo acordou’).
A moçada estacionada sem bandeiras não gostou muito. Ando mais um pouco pra ver o cruzamento destas massas e a minha frente um trio de jovens bem vestidos dois rapazes e uma moça loira. A turma que já estava estacionada começa ‘sem partido; sem partido; sem partido’.
A moça loira grita junto.
Jovem 1: é um ato anti-político eles vem com a bandeira política, isso é contraditório.
Jovem 2 com uma flor no cabelo: Acho que é um ato democrático todo mundo pode vir com a bandeira que quiser.
Minha filha entra na conversa: Eu acho que todo mundo que está neste movimento faz um ato político.
Moça loira: Sim, mas você não deve pôr a bandeira do partido neste momento, a gente não está pelo partido, a gente está pela nação.
Minha filha: A gente está pela nação, mas como ele disse as pessoas tem liberdade de expressão, portanto tem de ter a liberdade de expressar o seu partido. O que a gente não pode é criar um conflito interno, porque a gente não está aqui um contra o outro, a gente está aqui contra um poder maior.
Jovem 2 com a flor no cabelo: Isso. Aqui é proibido proibir.
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Cena 2: no Metrô
Depois de um quiprocó dos que queria catraca livre já, uma bomba de efeito moral o escambau e alguma correria conseguimos finalmente entrar num trem.
Entra um velho bravo, muito bravo xingando e gritando “Já estava lá, lá estava lá.
Daí descobrimos que ele estava bravo porque ele pegou um papel no chão, leu e pôs no chão de novo e um rapaz pegou o papel e jogou na lixeira e disse, aqui é o lugar certo.
E o velho ficou muito bravo com a lição que recebeu do jovem.
Daí ele extrapolou e disse, esses baianos!. Um senhor negro que já estava na porta diz: Opa! Baiano, não, baiano não, o senhor respeite os baianos.
O vagão inteiro começa em coro e batendo palmas: Sem violência, sem violência e um uma outra jovem puxa: sem preconceito, sem preconceito e todo o trem entra no coro.
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Moral da história? Política se aprende fazendo política.

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