Miguel do Rosário, o cafezinho
“Há tempos eu não encontrava um assunto tão
desafiador como esses levantes da juventude. De início, fiquei chocado,
negativamente, com algumas cenas: jovens queimando a bandeira do Brasil; um
outro vestido com as cores dos EUA exibindo uma bandeira do Brasil pichada com
a palavra Lixo; depredação da sede de um partido político; destruição de
patrimônico público, ônibus, agências…
Depois a coisa se complicou na minha
cabeça. Não era bem assim. Os vândalos eram uma minoria, infiltrados? Há
relatos de policiais a paisana promovendo depredações, para desqualificar
os protestos. Em seguida, a repressão brutal mudou completamente a balança. O
vandalismo é lamentável, mas é uma coisa da qual a gente pode se defender com certa
facilidade. Basta identificar e prender os responsáveis. O vandalismo ataca
objetos inanimados. A brutalidade policial ataca seres humanos, e vem
justamente daqueles que pagamos com nossos impostos para zelarem por nossa
proteção.
Seria vulgar e óbvio criticar o governador
Geraldo Alckmin. Sua irresponsabilidade é gritante. Sua truculência, um fato
lamentável que, espero, o povo saiba castigar no seu devido momento, assim como
fizeram com aquele prefeito de São José dos Campos, rechaçado pelas urnas por
causa da brutalidade que patrocinou, juntamente com o governo do estado, contra
os moradores de Pinheirinho.
Eu quero entender é o movimento em si. Estou lendo tudo há
dias, freneticamente. O Nassif tornou-se um entusiasta dos levantes. A esquerda
tradicional olha com desconfiança e mesmo com medo para um movimento
ideologicamente obscuro. Os movimentos da direita virtual, que tentam há anos,
em vão, fazer mobilizações similares, observam os acontecimentos com brilho
maligno nos olhos, e tratam de se unir aos jovens e tentar influir em seu
estado de espírito, envenenando-os com rancor antipolítica e falso moralismo.”
Matéria Completa, ::AQUI::
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