12 de maio de 2014 | 16:31 Autor: Fernando Brito
Por que Aécio Neves, do “alto” dos 20% com que a imprensa o guindou à condição de “favorito” nas eleições, estaria aceitando e articulando a entrada de José Serra em sua chapa, como vice?
Espírito partidário? Desejo de mostrar que o “pó pará, Governador” ficou para trás? A revogação da irônica máxima do mineiro Otto Lara Resende sobre a solidariedade dos mineiros?
Nada disso, é obvio.
É que o comando tucano sabe que seu favoritismo em São Paulo está seguindo o caminho dos reservatórios do Cantareira: esvaziando-se rapidamente.
Na última pesquisa divulgada, em dezembro (e realizada no fim de novembro, antes que houvesse quase qualquer menção à seca, portanto), Alckmin tinha 43% contra 31% da soma dos adversários.
Na capital, área mais dramaticamente atingida pelo problema, o índice do governador era de 36%.
Como de lá para cá ninguém se interessou em fazer – para divulgar – pesquisas de intenção de voto no mais importante estado do Brasil, não dá para saber senão que há algo acontecendo nas terras bandeirantes.
Embora todos eles tenham pesquisas e mais pesquisas nas mãos, atualizadas quase todas as semanas.
Na última vez que seu nome foi incluídos nas pesquisas presidenciais, Serra, como era de se esperar, foi melhor do que Aécio nas entrevistas realizadas em São Paulo, especialmente nos municípios do interior.
Este é o fator que está empurrando – e Fernando Henrique, o grande comandante das tropas tucanas, é quem mais tem feito força para isso – Aécio a cortejar José Serra.
O que Serra vai acrescentar de rejeição ao mineiro está sendo considerado, pelo comando partidário, pouco em relação ao que julgam ser sua capacidade de barrar uma catástrofe que seria a perda do ninho paulista.
E continuar sonhando com um segundo turno nacional.
Afinal, foi o próprio Aécio Neves quem disse que vencer em São Paulo era vital para ter chances.
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