domingo, 16 de junho de 2013

A utopia violentada: o dia em que o poder perdeu


Os senhores governantes, que diziam que não voltariam atrás, terão que voltar atrás; terão que governar, daqui pra frente, para uma maioria e não mais para alguns poucos privilegiados que, definitivamente, não andam de trem, ônibus ou metrô superlotados
Lula Miranda, Brasil 247
“Desculpe-nos o transtorno, estamos mudando o Brasil”. Vi cartazes com essa frase-bandeira empunhados por mais de um militante do movimento de jovens insurrectos que incendiou São Paulo e ameaça agora despertar todo o país. A frase é muito bonita, sagaz e dá margem a várias possíveis leituras ou interpretações. Denota criatividade, sarcasmo, destemor – tão caros aos jovens. Mas, sobretudo, sinaliza, com insuspeita galhardia, uma obra que estaria sendo construída: a utopia.

 Poderia denotar também, sejamos honestos, uma mera pretensão e ingenuidade, também tão caras aos jovens. Ingenuidade pretensiosa ou utopia? Fico com a utopia.

E o que vem ser uma utopia? Uma civilização ideal; algo que se busca ad eternum? O fim da pobreza não é em si uma utopia? Já não ousamos dar pequenos, mas firmes passos, no Brasil rumo a essa meta elegendo governos comprometidos com bandeiras sociais, populares? Isso já não encerraria uma utopia? Pelo visto não. Não parece ser o bastante. Não parece ser essa a utopia ora pretendida. A juventude parece clamar a mesma poesia titânica que (en)cantava a minha geração:  “A gente não quer só comida/ a gente quer comida, diversão, balé./ A gente não quer só comida/ a gente quer a vida como a vida quer/ a gente quer saída para qualquer parte (...).

Eu também já fui jovem e também já tive a pretensão de mudar o mundo. Eu fracassei; a minha geração talvez tenha fracassado, bem como as anteriores a minha, com certeza. Mas isso não quer dizer que essa geração que aí está vá fracassar na semeadura de sua/nossa utopia. Talvez devamos pensar que cada geração dá a sua contribuição, passo a passo, semente após semente, para a transformação das coisas do mundo. Deixemos a desesperança para os caquéticos, para os fracassados, para os conservadores.”
Artigo Completo, ::AQUI::

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