“Os senhores governantes, que diziam que
não voltariam atrás, terão que voltar atrás; terão que governar, daqui pra
frente, para uma maioria e não mais para alguns poucos privilegiados que,
definitivamente, não andam de trem, ônibus ou metrô superlotados
Lula Miranda, Brasil 247
Poderia denotar também, sejamos honestos, uma mera pretensão e ingenuidade, também tão caras aos jovens. Ingenuidade pretensiosa ou utopia? Fico com a utopia.
E o que vem ser uma utopia? Uma civilização ideal; algo que se busca ad eternum? O fim da pobreza não é em si uma utopia? Já não ousamos dar pequenos, mas firmes passos, no Brasil rumo a essa meta elegendo governos comprometidos com bandeiras sociais, populares? Isso já não encerraria uma utopia? Pelo visto não. Não parece ser o bastante. Não parece ser essa a utopia ora pretendida. A juventude parece clamar a mesma poesia titânica que (en)cantava a minha geração: “A gente não quer só comida/ a gente quer comida, diversão, balé./ A gente não quer só comida/ a gente quer a vida como a vida quer/ a gente quer saída para qualquer parte (...).
Eu também já fui jovem e também já tive a
pretensão de mudar o mundo. Eu fracassei; a minha geração talvez tenha
fracassado, bem como as anteriores a minha, com certeza. Mas isso não quer
dizer que essa geração que aí está vá fracassar na semeadura de sua/nossa
utopia. Talvez devamos pensar que cada geração dá a sua contribuição, passo a
passo, semente após semente, para a transformação das coisas do mundo. Deixemos
a desesperança para os caquéticos, para os fracassados, para os conservadores.”
Artigo Completo, ::AQUI::
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