Fernando Rodrigues
O futuro do dilmismo
BRASÍLIA - Como política e ansiedade andam de mãos dadas, há uma
onda de especulações sobre qual será a feição de um eventual segundo
mandato de Dilma Rousseff. Será igual ao Lula 2 ou um período
melancólico e sem brilho?
A história tem sido cruel com reeleitos. Que o digam Fernando Henrique Cardoso, aqui no Brasil, e agora Barack Obama, nos Estados Unidos.
O sucesso de um segundo mandato depende das realizações do primeiro. Vista em retrospecto, a política de Lula com os programas sociais de inclusão e ampliação do mercado interno acabaram salvando o Brasil mais adiante. Além disso, ele criou uma legião de admiradores políticos e ampliou suas alianças partidárias.
Os resultados de Dilma são incertos nas duas áreas. Não está claro se a sua política econômica fragmentada funcionará. Não por causa das piadas da revista britânica "Economist" com Guido Mantega, mas porque qualquer pessoa de bom-senso andando pelo país nota como a infraestrutura andou de maneira muito mais lenta do que exige a demanda do mercado de novos consumidores.
Dilma também tem sido malsucedida no manejo da micro e da macropolítica. Como se sabe desde sempre, um governante pode errar em tudo, menos na política. O preço algum dia acabará sendo cobrado. Como a atual presidente segue forte e popular, essa conta talvez não seja apresentada em 2014. Só que em 2015 vai aparecer com certeza absoluta.
Vivo em Brasília há alguns anos por dever de ofício. Falo com políticos do governo e da oposição. Exceto por alguns ministros, nunca encontrei gente de relevância entusiasmada com a atual presidente. Não existem dilmistas. Há lulistas. Na oposição é possível encontrar saudosistas de FHC. Mas Dilma tem escassos torcedores reais a seu favor.
Todos esses elementos somados são um prenúncio ruim para o futuro do dilmismo. Embora dilmismo, como se observa, nem exista de fato.
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