Presidente do partido do prefeito de SP Fernando Haddad diz não temer
hostilidade por conclamar militância a participar do ato organizado pelo
Movimento Passo Livre: "Uma coisa é um partido aparelhar o movimento.
Outra é as pessoas se expressarem livremente, com símbolos anarquistas,
do MST, do PT. Ninguém tem que proibir"
20 DE JUNHO DE 2013
247 – O Movimento Passo Livre mostrou ao Brasil que pode ser bem
persuasivo. Depois de uma longa queda de braço com o governo, conseguiu
mobilizar massas para conquistar o fim do reajuste do transporte
público, sem levantar nenhuma bandeira política. Nesta quinta, o
movimento sairá novamente às ruas para “comemorar”.
Hostilizado pelas manifestações, o PT está disposto a se arriscar e
promete participar do ato. O presidente do partido, Rui Falcão, disse à
colunista da Folha Mônica Bergamo que está "conclamando" a militância do
partido a participar hoje de manifestação na av. Paulista.
"Nós não temos medo do povo na rua", diz ele. "Nós estamos aconselhando o nosso pessoal a se juntar a essa manifestação."
Falcão diz acreditar que isso não ocorrerá hoje. "Uma coisa é um partido
aparelhar o movimento. Outra é as pessoas se expressarem livremente,
com símbolos anarquistas, do MST, do PT. Ninguém tem que proibir."
Falcão diz que isso já estava ocorrendo já que integrantes do PT participam ou são próximos do MPL.
"Não é uma gente estranha a nós. O [Antonio] Donato [secretário de
Governo de Fernando Haddad] e o [vereador] José Américo já apanharam com
eles [quando eram oposição]."
Postado há 14 hours ago por Blog Justiceira de Esquerda
Também do Blog Justiceira de Esquerda.
Um comentário:
Fascistas, Fascistas! Não passarão!!!
Acabo de voltar da passeata na Av. Paulista, convocada pela direção nacional do PT. Éramos não mais de 200 militantes.
Quando cheguei à concentração, na Av. Angélica, vi que talvez não conseguíssemos caminhar nem 100 metros… O ódio dos que estavam na Paulista e que ocupam as ruas há dias era total. Mas esse ódio não era direcionado apenas ao PT. Era contra qualquer bandeira, qualquer movimento social organizado. A CUT estava presente. O Movimento Passe Livre. E a UNE também.
Durante a passeata, várias bandeiras foram atacadas, rasgadas e queimadas sob gritos de “Fora PT, vai tomar no cu!”, “o povo acordou”, “oportunistas” e, last but not least, “mensaleiros”!!!
Desde o início, foi necessário formar um cordão humano para “proteger” o final da passeata. Às vezes, formava-se um cordão também na lateral.
Os ataques acompanharam toda a passeata. Fomos vaiados na maior parte do tempo. O silêncio só veio quando cantamos um trecho do hino nacional. Também gritávamos: “Sem violência”, “Democracia”, “Vem pra rua, vem contra a tarifa”, “olha que loucura, contra partido, parece ditadura” e “R$ 3 não dá, contra a tarifa, é passe livre já”.
Durante o trajeto, tentaram invadir a passeata, ameaçaram, provocaram, partindo para a agressão, xingando o tempo todo. Foi tenso. Deu um medo danado.
Um dos gritos que se expandia com muita facilidade, espalhando-se pela Paulista, era: “O povo unido não precisa de partido”. Enquanto gritavam, as pessoas, que ocupavam as laterais da avenida, colocavam os braços para cima, em gesto típico do nazismo/fascismo.
Seguimos até o Masp. Não sei nem dizer como conseguimos. Nessa hora, os gritos de “abaixa a bandeira” tornaram-se cada vez mais fortes. E os ataques também. Chutes e ameaças, de um grupo de “carecas” e fortões, que seguiu a passeata durante todo o trajeto, tornavam a cena totalmente assustadora.
Na altura da estação Trianon-Masp fomos cercados. A passeata tornou-se, praticamente, um cordão humano, de um lado e de outro. Começaram a jogar rojões em cima da gente e bolas de papel com fogo.
Nessa hora, correram avisos para que a gente guardasse as bandeiras. Eu, por exemplo, estava empunhando uma bandeira da União Estadual dos Estudantes de São Paulo (acho que era isso) e desfilei o tempo todo enrolada numa bandeira do PT. Alguém pegou a bandeira da UEE e outro me avisou para tirar a bandeira do PT e guardar na mochila (para evitar linchamento e coisas do tipo, caso a passeata se dispersasse).
Para vocês terem uma ideia, eu estava compondo o segundo cordão no fim da passeata. Não foi nada fácil.
Nesse momento surgiu o grito: “Fascistas, Fascistas, Não Passarão!!”.
O grito foi entoado em uníssono, com muita força. Embora o momento não fosse propício, cheguei a rir quando uma moça, que estava atrás de mim, soltou: “gente, não adianta gritar isso, eles não sabem o que é, vão achar que é só provocação e, ao que parece, somos minoria!!”.
E éramos. Depois de alguns minutos, abaixamos as bandeiras, a passeata foi invadida. Dispersamos.
Voltei para casa, com a bandeira na mochila, pensando. Pensando muito. Lembrei do Allende.
Postar um comentário