Hoje é o Estadão quem mostra que o tal “choque de gestão” que Aecinho alardeou no programa do PSDB inclui a manipulação de estatísticas para mostrar o “sucesso” de sua administração.
O que diz o jornal sobre os números sobre violência apresentados pela dupla?
“A maior distorção ocorre nos dados sobre segurança pública. Um gráfico com a taxa de homicídios por 100 mil habitantes mostra que, de 2004 a 2010, houve aumento de 1,4% nas mortes no Brasil e redução de 18% em Minas. Mas o governo tucano não começou em 2004, o ponto inicial da série histórica do gráfico. O choque de gestão foi aplicado em 2003 e, portanto, seus efeitos tem de ser medidos em relação ao ano anterior – o último do mandato de Itamar Franco, antecessor de Aécio.
Ao tomar-se 2002 como ponto de início da série histórica, o quadro que se revela é o oposto do que o governo estadual tenta propagandear: durante a gestão tucana, houve aumento de 14,1% nos homicídios em Minas e redução de 3,1% no País todo.”
E na mortalidade infantil,onde se alardeia que “a taxa de mortalidade infantil vem se mantendo abaixo da média nacional”?
O governo Anastasia fez outra escolha heterodoxa de datas em um gráfico sobre mortalidade infantil. O ano inicial da série histórica apresentada no site oficial do choque de gestão é 2001, e um texto destaca que, desde então, a taxa caiu 30% no Estado. Mas o choque só ocorreu em 2003 – ou seja, o governo usou dados anteriores a ele para inflar seu resultado.
Tomando-se novamente como base o ano imediatamente anterior à tomada das medidas (2002), o que se observa é que, desde o início da administração do PSDB, a mortalidade infantil caiu menos em Minas que no resto do País (27% contra 28%, respectivamente). É uma diferença pequena, mas evidencia que o fenômeno da melhora da saúde dos recém-nascidos é nacional, e não necessariamente se deve a medidas excepcionais adotadas no âmbito estadual.
Calma, ainda tem a educação,onde o site choquedegestão.mg.gov.br diz que Minas alcançou notas “de país desenvolvido”?
“Um terceiro gráfico explora os números do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) na rede pública para os anos iniciais do ensino fundamental. Trata-se de um indicador de desempenho escolar que segue parâmetros nacionais. Mas ele só passou a ser divulgado em 2005 – ou seja, não é possível avaliar a qualidade da educação nas escolas mineiras antes e depois da implantação do choque de gestão, ocorrida dois anos antes.
O que se sabe é que a nota média de Minas Gerais ficou estagnada entre 2005 e 2007 e subiu desde então até 2011. No mesmo período, porém, também houve melhora na média nacional – e em ritmo mais rápido. O Ideb do Brasil, na faixa de ensino avaliada, aumentou 30,8%, e o de Minas, 22,5%.”
A menos que o Estadão esteja no “Mensalet” que o senador diz que está sendo usado para sabotá-lo, o que vê é que a manipulação parte é da dupla Aécio-Anastasia.
Agora, desse jeito a gente já sabe como se pode baixar a inflação facilmente. É só colocar a turma que cuida das estatísticas do “choque de gestão” para tomar conta do IBGE.
Rapidinho, assim, os números baixam.
2 comentários:
Existe uma explicação pra os altos tributos cobrados sobre a energia mineira: o governo usa a CEMIG como patrocinadora de diversas obras e eventos, ou seja, como fonte de caixa pra realizações. Assim sobra dinheiro para fazer as outras coisas, dá uma impressão de que está tudo sobre controle. Ao lado de cada obra ou patrocínio do governo mineiro tem um cartaz ou um banner da CEMIG.
Falo do governo do Estado de MG, é claro!
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