Segundo o jornalista Carlos Chagas, FHC comentou com importante prócer
do PT que Aécio não vai fixar-se porque não tem estatura, continua
pequeno
Há quinze dias Novojornal noticiou; “PSDB S/A. De partido político a
empresa de Sociedade Anônima”, informando a maneira pouco ortodoxa que o
senador Aécio Neves pretendia administrar o partido, descrevendo ainda à
cilada que representava assumir a presidência nacional do PSDB, a
interferência do denominado “Grupo Mineiro”, e seu total despreparo para
pleitear sua candidatura à presidência da República em 2014.
Talvez porque Minas Gerais seja hoje um Estado com sua imprensa sitiada,
a mídia nacional pouco ou quase nada soubesse sobre Aécio Neves e o
denominado “Grupo Mineiro”. Porém, não foi necessário muito tempo para
que o conhecimento ocorresse.
Enquanto em Minas Gerais a imprensa regional continua nada escrevendo a
este respeito, no restante do País a denominada grande imprensa já
admite abertamente a falta de condições da candidatura do senador e
presidente nacional do PSDB Aécio Neves à presidência da República.
Neste sentido o jornalista Carlos Chagas escreveu na Tribuna da Imprensa neste domingo 02 de junho:
“Deve cuidar-se o senador Aécio Neves. Quem assistiu esta semana o
programa de propaganda partidária gratuita do PSDB e pertence ao bloco
dos ingênuos terá desligado sua televisão impressionado com a unidade e
a euforia dos tucanos.
O novo presidente do partido, ainda que sem ter sua candidatura
presidencial alardeada pelos colegas paulistas, surgiu como o
aglutinador do partido, o D’Artagnan dos mosqueteiros José Serra,
Geraldo Alckmin e Fernando Henrique.
Nas telinhas, tudo pareceu encaminhar-se para a sagração posterior de Aécio como candidato.
Ledo engano. Athos, Portus e Aramis rejeitam o ex-governador mineiro.
José Serra é candidatíssimo. Geraldo Alckmin trabalha com a hipótese de
disputar o palácio do Planalto, oferecendo a Serra a candidatura a
governador de São Paulo.
E Fernando Henrique, tido como incentivador de Aécio, ainda há dias
comentava com importante prócer do PT que o senador não vai mesmo
fixar-se porque não tem estatura, continua pequeno…
A força dos paulistas é grande no ninho. A estratégia deles parece
deixar que Aécio Neves apareça como candidato por conta própria e
sabotá-lo mais ou menos como quem come mingau: pelas bordas.
Deixar que ele percorra o país, como já prometeu mais de uma vez, mas
sem respaldá-lo, até que no começo do ano que vem possam
constrangidamente concluir que ele não emplacou e melhor seria concorrer
ao governo de Minas, aguardando tempos presidenciais mais promissores.
É claro que de ingênuo o senador não tem nada. Conhece em detalhes a
artimanha de seus companheiros e, mais ainda, a personalidade de cada um
deles, que começou a acompanhar desde os tempos do avô, Tancredo Neves,
que abominava Fernando Henrique, não confiava em Serra e desconhecia
Alckmin.
O importante para Aécio é evitar a impressão de uma guerra entre
paulistas e mineiros, até porque, do seu lado da fronteira, conta apenas
com os índios, sem nenhum cacique de peso.
Conseguiu eleger-se presidente do PSDB, ainda que hoje já desconfie de
haver caído numa armadilha. Sabe da importância de tornar-se conhecido,
mais do que já é, bem como da necessidade de cautela em seu confronto
com os três mosqueteiros.
O ideal seria dividi-los. Imprescindível também se torna buscar
alianças, como com o governador Eduardo Campos, o candidato ideal para
seu companheiro de chapa. Sem esquecer Sérgio Cabral.
Em suma, a escalada é íngreme e a montanha, escarpada, para Aécio Neves.
Vitoriosa, porém, sua fixação como candidato deixaria clara a
impossibilidade de os tucanos paulistas voarem alto”.
O Jornalista Janio de Freitas da Folha de São Paulo também neste domingo 02 de junho escreveu:
“Haja paciência
Até a eleição faltam 16 meses, mas a intensidade do assunto faz parecer que estamos no ano que vem.
Até a eleição presidencial, faltam 16 meses. Mas, forçada pelos jornais e
por dois aspirantes à disputa, a intensidade do assunto faz parecer que
estamos no ano que vem. Não é novidade. É, talvez, apenas exagero da
precipitação habitual, entre outras deformações que se tornam exageradas
demais no jornalismo de uma política muito medíocre.
Aguentar mais 16 meses desse funk é uma ideia aterradora, se já agora
fica difícil suportar as caras diárias de Aécio Neves e Eduardo Campos
nos jornais. Ainda bem que, no Brasil, a justiça tarda, mas não chega. O
que chega, até sob a forma de sentença, é a vingança. O nosso tédio
será vingado.
Eduardo Campos já adotou o sistema senta/levanta. Faz uma aparição e
some um período. Não está forçado a isso por discordâncias levantadas
contra sua candidatura no seu PSB, as quais não se aplacarão só porque o
governador de Pernambuco fique um tanto mais no governo onde deve
estar.
A investida da exposição pessoal de Eduardo Campos em grande parte do
país, com ênfase no Sudeste e no Sul, não lhe rendeu politicamente nada.
Além disso, o périplo acentuou a evidência de sua contradição, ao mesmo
tempo integrante da "base governista" e pré-candidato de oposição a
Dilma. E para isso Eduardo Campos não teve resposta aceitável, frustrada
a expectativa de explorar um divórcio que Dilma não quis efetivar.
A pausa para meditação, com aparições que apenas marquem presença, tanto
indica que Eduardo Campos deu a partida com antecipação e modo errados,
como aponta para a necessidade de trabalho agora redobrado. Inclusive,
para tentar a correção do problema que criou no seu partido, com o
excesso de personalismo.
A meta inicial de Aécio Neves é a mesma de Eduardo Campos: fazer-se
conhecido. Ainda não decorreu tempo suficiente para aferir-se o
resultado de seu célere "tour" pelo país. Deu, sim, para uma dúvida e
uma constatação. Aécio Neves, tendo iniciado tão cedo sua campanha e com
tanta intensidade, será capaz de sustentá-la, com o necessário
crescendo, por mais 16 meses? É muito improvável, nem suas
características pessoais combinam com tamanha exigência.
A constatação decorre de suas falas. Aécio utiliza-se de referências
frequentes a Tancredo Neves, na busca de uma identificação familiar com
extensão ao destino político. Tancredo, porém, em todas as
circunstâncias de sua vida política, caracterizou-se por só falar quando
teve o que dizer. E o pré-candidato Aécio Neves só tem falado o que não
precisa dizer, porque vazio de interesse ou banal como crítica.
Eduardo Campos leva sobre Aécio Neves, porém, uma vantagem significativa: pode dar as costas a José Serra sem maior risco”.
A respeito da fuga de lideranças do PSDB a imprensa nacional noticia:
“Deixou sequelas entre tucanos o estilo “trator” do senador Aécio Neves
(MG), para viabilizar sua candidatura a presidente. Se ele não tratar
melhor uma das estrelas do PSDB, senador Álvaro Dias, por exemplo, o
paranaense vai acabar aceitando um dos convites de outros partidos.
Preterido por Aécio para permanecer na liderança do PSDB, Dias tem feito
falta à oposição quase inexistente no Congresso Nacional. Ele ainda
sonha em disputar o governo paranaense contra o tucano Beto Richa, que é
também seu desafeto.
O senador Álvaro Dias (PSDB/PR) pode estar deixando o ninho tucano. Ele
tem convite de outros partidos, como o PV, e sonha com a disputa do
governo do Paraná em 2014, contra Beto Richa, seu desafeto, que é do
PSDB. Em sua coluna deste sábado, Claudio Humberto aborda os dilemas do
senador.
O Partido Verde cogitou lançar a candidatura do senador Álvaro Dias (PR)
à Presidência da República, quando Fernando Gabeira parecia hesitar
sobre esse projeto. Mas o político do PSDB, apesar de honrado com a
possibilidade, ainda não vê motivos para deixar seu partido”.
Como se não bastasse todo clima desfavorável, novo desespero tomou conta
da campanha de Aécio após pesquisa do Instituto Vox Populi apontando
que a população considera o governo FHC pior do que as administrações
petistas em todos os aspectos: na gestão da economia e da educação, no
combate à corrupção e mesmo na luta contra a inflação; a despeito disso,
Aécio está convencido de que não faz mais sentido esconder o
ex-presidente do eleitor em 2014.
Eis alguns pontos:
- na geração de empregos, 7% dos entrevistados disseram que FHC atuou
melhor, enquanto 75% responderam que Lula e Dilma o superaram;
- na habitação, 3% para FHC e 75% para Lula e Dilma;
- nos programas para erradicar a pobreza, 4% ficaram com FHC e 73% com
os petistas; na educação, FHC foi defendido por 5% e Lula e Dilma por
63%;
- na política econômica, em geral, FHC foi avaliado como melhor por 8% e os petistas por 71% dos entrevistados;
- no controle da inflação, FHC teve seu melhor resultado: 10% acharam
que foi melhor que os sucessores, mas 65% responderam que Lula e Dilma é
que agiram ou agem melhor;
- no combate à corrupção, FHC teria atuado melhor que seus sucessores
para 8%, enquanto 48% dos entrevistados afirmaram que Lula e Dilma
foram-lhe superiores.
Os dados são eloquentes e revelam que o eleitor ainda guarda uma boa
memória sobre o governo FHC. Aécio, no entanto, tem ouvido economistas
que fizeram parte de seu governo, como Armínio Fraga e Pedro Malan, e
tem feito questão de valorizar seu legado, como fez no programa do
Ratinho, quando disse que FHC é o verdadeiro pai do Bolsa Família.
Depois de perderem duas eleições escondendo FHC, os tucanos mudaram de
estratégia. Mas falta ainda convencer o eleitor de que essa é uma boa
estratégia.
http://www.novojornal.com/politica/noticia/fhc-ja-admite-que-aecio-nao-tem-condicoes-de-ser-candidato-03-06-2013.html
http://www.novojornal.com/politica/noticia/fhc-ja-admite-que-aecio-nao-tem-condicoes-de-ser-candidato-03-06-2013.html
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