Por João Pedro Stedile*
A
imprensa burguesa tem propagandeado que a inflação está fora do
controle com a divulgação de noticias, artigos e comentários de
políticos de oposição ao governo federal.
Com isso, colocam o tema dos preços como um fantasma atrás da porta de cada família brasileira, prestes a assaltá-la e tomar o seu dinheiro.
A
construção dessa paranoia começou com a divulgação de matérias
sensacionalistas sobre o aumento do preço do tomate, como se a
valorização desse alimento tivesse de forma isolada incidência real na
inflação dos gastos da maioria da população.
Qualquer
estudante do primeiro ano de economia já sabe que os estudos do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Fundação
Getúlio Vargas têm diversos itens do orçamento doméstico médio dos
brasileiros, sobre o qual se calcula o aumento da inflação real para as
famílias.
Depois
da criação da “crise do tomate”, a mídia burguesa tem apelado a cada
dia para outros produtos, tentando criar novos factoides.
Essa manipulação grosseira se baseia em duas táticas complementares.
A
primeira delas é criar na população paranoias e preocupações
desnecessárias que resultem em ações de massa que desgastem o governo.
Essa tática deu resultado, por exemplo, com o boato de que a Bolsa Família iria acabar.
Com
isso, 900 mil representantes das famílias mais pobres, desinformados ou
mal informadas, correram para as agências da Caixa, provocando um
verdadeiro tumulto, sobretudo nas cidades do Nordeste.
Hipocrisia descarada
A
segunda tática da burguesia é jogar uma cortina de fumaça sobre os
verdadeiros problemas do país, lançando mão da hipocrisia descarada.
Em
primeiro lugar, a burguesia e seus meios de comunicação sabem que
existe uma tendência geral de aumento dos preços de todas as mercadorias
que estão na sociedade, independente do preço de um único produto.
Ora, se há uma tendência de aumento de preços em todas as mercadorias, quem são os atores econômicos que aumentam os preços?
São exatamente os capitalistas proprietários das fábricas, supermercados ou lojas do comércio.
Portanto, é a base social tucana que opera o aumento dos preços, beneficiando-se com o aumento dos seus lucros.
Assim, o discurso por trás da inflação esconde interesses de classes. (...)
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