domingo, 16 de junho de 2013

Vaias, fair play e democracia

  Do Tijolaço - 15 de Jun de 2013 | 17:08



Por Fernando Brito

Os amigos da mídia vão se refestelar com as vaias recebidas pela Presidente Dilma hoje, na abertura da Copa das Confederações.

Se tiverem um pouco de memória, vão lembrar que Lula também foi, na abertura do Pan, no Maracanã, em 2007.

O que não o impediu de ser consagrado popularmente.

Neymar já foi vaiado, até Pelé ganhou as suas vaias.

Como vaiaram, na reabertura do estádio carioca, Fernanda Lima, Eduardo Dusek e Ivan Lins, que usavam as camisas dos seus times. Só escapou Sandra de Sá, vestida com a camisa do Flamengo.

Naquele Maracanã onde, escreveu Nélson Rodrigues, “vaia-se até  minuto de silêncio” .
Aliás, Nelson produziu esta frase num contexto horrendo:

“É preciso não esquecer o que houve nas ruas de São Paulo e dentro do Morumbi. No Estádio Mário Filho, ex-Maracanã, vaia-se até minuto de silêncio e, como dizia o outro, vaia-se até mulher nua. Vi o Morumbi lotado, aplaudindo o Presidente Garrastazu (Médici). Antes do jogo e depois do jogo, o aplauso das ruas. Eu queria ouvir um assobio, sentir um foco de vaia. Só palmas. E eu me perguntava: ‘E as vaias? Onde estão as vaias? ’ Estavam espantosamente mudas”

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, pediu “fair play” à torcida.
Besteira.

Torcida em estádio não tem fair play. É torcida, ponto. Meia dúzia puxa uma vaia, todo mundo vaia.

Quem tem de ter fair play são os governantes e dar a isso a importância que isso tem: nenhuma.

Benditas vaias da democracia, malditos aplausos da ditadura.



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PITACO DO ContrapontoPIG


Dilma segue os passos de Lula até nas vaias de estádios. É bom sinal.

Ruim é ser vaiado nas urnas ! Né não, Serra?

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