![]() |
As médicas cubanas Maribel Morera Saborit e Maribel Hernandez, em Melgaço (PA), município que tem o pior Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do Brasil |
Aécio demonstra total
desconhecimento sobre saúde pública. Sua visão é precária,
preconceituosa e retrocede em 40 anos da luta pela reforma sanitária.
Com Aécio, fica fortalecida a indústria da doença.
Aparte ao senador.
O senador Aécio Neves desistiu de se licenciar do Senado. O bloco parlamentar Minas Sem Censura se
mantém, portanto, em sua atribuição e prerrogativa institucionais de
debater as ações do senador para o Brasil e sua incidência nas Minas
Gerais.
No dia 5 de agosto, Aécio falou na sede regional da Associação Médica
Brasileira, na capital federal, sobre suas ideias para a saúde. Vale
lembrar algumas:
Ele disse que vai criar a “carreira nacional” dos médicos (que é
diferente da Carreira de Estado e para todas as profissões); também
declarou que não renovará o convênio com a OPAS (Organização
Pan-americana da Saúde) e que a presença dos médicos cubanos tem “data
de validade”, três anos. Segundo ele, se permanecerem estrangeiros no
Brasil, isso seria uma política “lateral”; disse ainda que os
profissionais da área (de saúde) é que serão os responsáveis pela
execução das políticas públicas de saúde. (O que quer dizer isso,
mesmo?).
O senador tucano jogou 40 anos de história do movimento da reforma
sanitária brasileira no lixo. Um movimento supra e extra partidário, que
unificou visões ideológicas distintas, aproximou profissionais de
diversas áreas em equipes multidisciplinares, que atraiu usuários para a
construção de propostas da “reforma” e foi descartado pelo senador, em
face de sua postura oportunista ao tentar agradar médicos de direita.
O movimento pela reforma sanitária no Brasil é referência internacional
e tem sido objeto de estudos em todas as universidades e instituições
de pesquisa no mundo. O SUS, ainda com lacunas, é resultado desse
esforço plurideológico, e é recomendado pela Organização Mundial da
Saúde como “modelo” a ser seguido nos países pobres e nos em
desenvolvimento, além de ser — setorialmente — exemplar até mesmo nos
países mais desenvolvidos.
E o que fez Aécio com seu discurso na AMB:
Retrocedeu aos tempos das divisões entre médicos, de um lado, e outras
categorias da saúde, de outro. Perspectivar carreira para profissionais
de saúde é coisa necessária e séria. Essa menção à “carreira nacional”
de médicos só mostra sua ignorância no assunto; retrocedeu também aos
tempos em que a atenção básica era desprezada, em nome da apologia à
especialização; insinuou a ampliação de espaço à indústria da doença
(laboratórios farmacêuticos e fábricas de equipamentos de exames de
imagem etc); e arrumou uma briga preconceituosa e ideológica contra o
“Mais Médicos” por causa dos profissionais cubanos aqui presentes.
Centenas de fóruns, pelo país inteiro, com a participação de milhares
de profissionais, gestores e usuários, que construíram normas
constitucionais, leis, decretos, portarias etc, além de já executarem,
na ponta, boa parte das políticas públicas de saúde, foram, solenemente,
desprezadas pelo senador tucano. É, “Saúde” do senador vai de mal a
pior. Ele quer o retrocesso! Ele sabe que o que dá lucro é a indústria
da doença e não a promoção da saúde.
Sinceramente, desejamos melhoras ao senador.
Minas Sem Censura
No Viomundo
Também do Blog CONTEXTO LIVRE.
Um comentário:
A saúde é mais uma vítima da política do "vamos crescer o bolo para depois dividir dos tucanos", aqui em são Paulo a saúde sempre foi uma m... na mãos deles. Eles somente vão bem quando atendem quem tem como pagar, como foi nas estradas paulistas todas um verdadeiro tapete, obviamente tapete vermelho que o cidadão comum não pode pisar de tão caro que é!
Postar um comentário