domingo, 9 de junho de 2013

Datafolha aponta Dilma se reelegendo no 1o. turno com 58,6% dos votos válidos


O instituto Datafolha divulgou pesquisa de popularidade da presidenta Dilma e de intenção de votos, feita na quinta e na sexta-feira (dias 6 e 7). Pegou um período de intenso bombardeio contra o governo pelo noticiário oposicionista. Mesmo assim, os números são extremamente favoráveis à presidenta.

Na avaliação do governo:

57% Bom e ótimo (era 65% na pesquisa anterior, de março)
33% Regular (era 27%)
9% Ruim ou péssimo (era 7%)
1% Não sabem (era o mesmo)

A velha imprensa destaca a queda de popularidade dizendo ser devido à economia. Eu diria que é mais devido à exploração exagerada de notícias econômicas dando sempre viés negativo, pois a economia em si não chegou a afetar significativamente a vida da grande maioria das pessoas.

Mesmo assim, 57% consideram o governo bom ou ótimo. Só 9% consideram ruim ou péssimo. Quem deve ficar preocupada é a oposição, pois, além a aprovação manter-se muito alta, a expectativa daqui para frente é a inflação cair e o crescimento acelerar.

Claro que o governo não deve ficar de "salto de alto", muito menos menosprezar a oposição, mas não é nenhuma tempestade. A aprovação do governo estava muito alta, vinha só subindo desde agosto de 2011, e chegou a 65% de ótimo e bom depois de uma sequência de boas notícias como redução na conta de luz e na cesta básica. Uma hora ou outra aconteceria de cair em algum momento. Se com essa queda, ainda preserva 57% de boa avaliação, a situação ainda é bastante confortável, pois a tendência da economia é positiva, com um segundo semestre melhor do que o primeiro, e com 2014 melhor do que 2013.

Intenção de votos

Na pesquisa de intenções de voto, o Datafolha também registrou ligeira queda da presidenta em relação à última pesquisa:

Dilma (PT): 51% (tinha 58% na pesquisa anterior, de março)
Marina Silva (Rede): 16% (tinha o mesmo)
Aécio Neves (PSDB): 14% (tinha 10%)
Eduardo Campos (PSB): 6% (tinha o mesmo)
Indecisos, nenhum, brancos e nulos: 13% (era 10%)

A análise quanto aos números de Dilma é praticamente a mesma nos parágrafos acima: 58% foi atingido no melhor momento da pauta positiva do governo. 51% foi em um de seus piores momentos no noticiário.

Observe que estes números dariam vitória folgada no primeiro turno para Dilma, pois computando-se só os votos válidos (tirando os indecisos, nenhum, brancos e nulos), Dilma seria eleita com 58,6% dos votos válidos contra 41,4% da soma dos outros candidatos.

É interessante observar que nem Marina Silva, nem Eduardo Campos estão tirando votos de Dilma, mesmo diante deste noticiário negativo. O eleitor que passou a dizer que não votaria em Dilma, não moveu seu voto para Marina Silva, nem para Eduardo Campos, portanto é provável que passaram a se declarar indecisos ou dizer que não votam em nenhum candidato. Por isso não é improvável que assim que a percepção da realidade econômica voltar ao normal, voltem a declarar voto em Dilma.

No caso de Aécio, mesmo subindo 4 pontos, é pouco provável que seja um movimento de tomar votos de Dilma. O cenário que parece mais realista é que ele conquistou estes 4 pontos entre quem respondia indeciso antes, sem escolher nenhum candidato. Os 10% na pesquisa anterior é praticamente o eleitorado de Minas. À medida em que ele desponta como o candidato consolidado do PSDB, deixando claro que José Serra é carta fora do baralho tucano, e somando a isto ter ocupado quase todo o horário da propaganda partidária na TV, nas inserções e no programa, o eleitorado tucano de outros estados passaram a declarar voto nele. É normal esperar que Aécio ainda cresça ao longo do tempo alguns pontos (se não for abatido por algum dossiê serrista), mas é difícil imaginar que abale a sólida posição de Dilma.
Como se vê a velha mídia já não tem tanto poder de fogo, senão os números teriam que ter queda mais expressiva diante do bombardeio. De qualquer forma, a pesquisa revela que, nas últimas semanas, o governo Dilma perdeu batalhas na pauta do noticiário. E torna-se altamente recomendável reposicionar as táticas de comunicação governamental, para não dar chance a surpresas desagradáveis.

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