SUPREMO AUTORITARISMO
Sem apresentar justificativa,
(embora todos saibam a razão) ou seja, sem o devido respeito a sua vice,
e sem o devido respeito a opinião pública, o Procurador Geral da
República, Roberto Gurgel "dispensou" Deborah Duprat, mostrando assim o
seu viés autoritário, de quem não admite discordância e divergência. A
vice-procuradora se manifestou contrária a ingerência da justiça em
decisão do Congresso Nacional, e se manifestou em defesa da democracia e
da independência entre os poderes. Gurgel não tolerou ser contrariado.
Ainda bem que esse poço de prepotência deixa o cargo em Agosto.
Gurgel dispensa número 2 da Procuradoria após confronto de ideias
11/06/2013 - 19h49Justiça
Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
11/06/2013 - 19h49Justiça
Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, dispensou
hoje (11) a subprocuradora Deborah Duprat do cargo de
vice-procuradora-geral. A informação foi confirmada no início desta
noite pela assessoria da Procuradoria-Geral da República (PGR), que não
justificou o ato. Não há previsão de substituto para o cargo.
Na semana passada, enquanto
estava em representação oficial na Espanha, Gurgel foi confrontado duas
vezes por sua vice. A divergência de opiniões oficiais no Ministério
Público é possível porque os procuradores não são obrigados a seguir a
posição de seus superiores hierárquicos. Deborah Duprat concorre em
lista tríplice à chefia da Procuradoria-Geral da República, que ficará
vaga em agosto.
O primeiro embate de ideias ocorreu durante julgamento no Supremo
Tribunal Federal (STF), quando Deborah discordou do parecer de Gurgel
contra o projeto de lei que limita a criação de partidos. "Se fossem
duas partes em conflito entre si, eu me conservaria calada, mas acredito
que esse é um importante e perigoso precedente. Eu sei que o doutor
Gurgel esteve bastante preocupado a respeito disso, mas me preocupa a
preservação do espaço democrático de discussão", disse Deborah.
No dia seguinte, ela se manifestou favoravelmente à proposta que
criou mais quatro tribunais federais no país. Gurgel ainda não havia
emitido opinião sobre o caso, pois alertava que a questão poderia ser
judicializada e não descartava que a iniciativa poderia partir do
próprio Ministério Público.
Com a dispensa, Deborah volta a exercer apenas o cargo de
subprocuradora-geral. Atualmente, o quadro de subprocuradores-gerais tem
61 integrantes.
Edição: Nádia Franco
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