terça-feira, 7 de outubro de 2014

SP elege Serra, Alckmin, fundamentalistas, entulhos da Ditadura e nega o campeão de votos, Tiririca

Por Maria Frô outubro 7, 2014 09:01

Juntamente ao preconceito contra nordestinos que invade as redes sociais, este meme preconceituoso sobre Tiririca, procura se mostrar ‘politizado’. O que o produtor deste meme não informa é que o mesmo estado que fez Tiririca campeão de votos elegeu Serra  senador de São Paulo, Alckmin governador de São Paulo no primeiro turno e deu maioria a Aécio na corrida presidencial.

Sobre Alckmin, Tiririca, democracia e entulhos da ditadura
Por Youssef Igor
06/10/2014
O negocio é criticar o Tiririca! Acho que é pra não parecer feio ter votado no Alckmin, pra camuflar também que por trás do antipetismo paulista existe um grande  preconceito regional, de classe que trata nordestinos e nordestinas como estrangeiros em seu próprio país.
Diferente de Aécio no Senado, Tiririca compareceu a todas as votações, pediu apreciação em todos os projetos dos quais fez parte do grupo de estudos parlamentar. Não votei no Tiririca, mas numa democracia não é problema um palhaço ser eleito, o problema é um Estado ser laico e possuir uma bancada religiosa. O problema é SP ter reeleito Alckmin e ter colocado o Serra no Senado.
Sinceramente, prefiro o Tiririca que o coronel Telhada – aquele mesmo campeão em ações violentas e violação aos direitos humanos quando comandante da Rota e se não bastasse ainda responder judicialmente por intimidação a jornalistas e um mandato de restrição espacial de uma ex-esposa agredida.
Mas tudo bem, o negocio é falar do Tiririca.
Prefiro um Parlamento repleto de tiriricas do que um governador xenofóbico, eleito por xenofóbicos. Tiririca é pedagógico e quem o critica agora, devia lembrar dessa consciência politica toda na hora que votou José Serra – o vampiro – para o Senado, na hora que votou em Alckmin para governador.
Tiririca entrou para o Parlamento pela porta da frente, eleito pelo voto popular e com uma campanha repleta de bom humor, num país cuja Constituição se ilumina pelo principio da separação entre foro íntimo e coisa pública, tenho vergonha é do crime que representa possuirmos no Parlamento uma bancada fundamentalista que tenta controlar corpos de mulheres, gays, travestis, transexuais, lésbicas e o útero das mulheres.
Tenho vergonha é que em pleno século 21, a xenofobia se esconda travestida de consciência politica, a homofobia atende por convicção religiosa e a amnesia seletiva não passa do passivo “deixa disso”.
No Rio de Janeiro haverá segundo turno, para optarem com qual molho as milícias, o crime organizado e a polícia vão devorar o povo. Mas o que mais me entristece é saber que em São Paulo a população reelegeu um dos governadores mais corruptos da história da América Latina, um facínora que ao concluir o curso de anestesista pediu a um avô general de pijama como presente o cargo de prefeito interventor em Pindamonhangaba – isso mesmo o Alckmin além de Opus Dei também foi prefeito eleito sem voto, prática comum durante a ditadura militar.
Mas é muito mais fácil falar besteira sobre um palhaço nordestino, afinal ele não é paulista, não é branco e o pior, entrou pra vida pública com votos e em plena democracia.
Parabéns paulistas, já podem enfiar suas respectivas suásticas naquele lugar, só tomem cuidado com os fiscais de fiofó eleitos para o Parlamento.

Em tempo:
Entendemos que figuras como Tiririca são utilizados como puxadores de votos, numa lógica em que segundo o coeficiente eleitoral, o cidadão vota no candidato “x” e acaba elegendo outros, como no caso do deputado referido na matéria que levará consigo para o Congresso um militar e possível fundador do partido militar brasileiro. Entendemos que esses casos e tantas outras distorções do sistema politico atual, só poderão ser sanados com a Reforma Política e que agora mais do que nunca se faz necessário para a saúde do sistema politico nacional, cada vez mais distante dos reais anseios do povo e dissonantes de uma pratica democrática.

Do Maria Frô no Portal da Revista Forum.

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