Vejam esta reportagem de 22/04/2012 no programa Fantástico:
O Fantástico não mostrou, mas o Quedo (apelido de Tancredo Aladim Rocha
Tolentino) que aparece na reportagem é primo do senador Aécio Neves
(PSDB) na Cidade de Cláudio (MG), comerciante da cachaçaria Minguote que
aparece na tela acima da reportagem. Aécio em entrevistas já se declarou entusiasta destas cachaças produzidas por sua família em Cláudio.
Quedo responde processo acusado de participar na intermediação da venda
de habeas corpus para traficantes presos em Divinópolis. Os traficantes
faziam parte de uma quadrilha que traficavam de Mato Grosso para Minas, e
aguardavam julgamento após terem sido flagrados com cerca de 60 kg de
pasta-base de cocaína.
A
cocaína havia sido apreendida em um sítio no distrito de Marilândia, a
apenas 24 km do Aeroporto de Cláudio, construído por Aécio.
De acordo com seu depoimento na PF mostrado no Fantástico, Quedo
intermediou o pagamento de propina de um advogado dos traficantes para o
desembargador Hélcio Valentim de Andrade Filho dar habeas corpus, e
ganhou comissão para isso. Os traficantes que conseguiram habeas corpus
fugiram, não prestaram mais contas à justiça, e podem estar cometendo crimes nas ruas cujas vítimas somos todos nós, cidadãos.
O desembargador, agora afastado, chegou ao cargo no Tribunal de Justiça de Minas Gerais em 2005, portanto nomeado por Aécio, quando era governador.
Não vamos fazer como Joaquim Barbosa e deturpar a teoria do domínio do
fato para jogar nas costas de Aécio atos praticados por seu primo e pelo
desembargador nomeado por ele. A menos que alguém prove em contrário,
Aécio não tem nada a ver com este caso, e cada um responde pelo que fez.
Por ora, Aécio tem que explicar é porque escolheu a cidade de Cláudio
para construir um aeroporto sem movimento, a 6 km de sua fazenda, se
Divinópolis, cidade bem maior, já tem um aeroporto regional que atende
bem a região. A distância entre os dois aeroportos em linha reta é
apenas 30km e por estrada asfaltada cerca de 40 minutos. Está claro que
não existe justificativa razoável para aplicar R$ 14 milhões (mais o
valor ainda em aberto da indenização) do dinheiro público de Minas em um
aeroporto que, aparentemente, só interessa ao uso particular do senador
e de seus familiares, além da valorização das terras em torno do
aeroporto.
Mas este aeroporto desperta outra questão de segurança pública. É uma
pista ainda não homologada para uso, que fica sem movimento, boa parte
do tempo trancada, sem funcionários, sem vigilância e sem policiamento.
No entanto tem balizas e sinalização que permitem até pousos noturnos.
Esse tipo de pista pode ser usada para vôos clandestinos de tráfico de
drogas, de armas, contrabando, e outras coisas para a região, evitando o
policiamento e fiscalização existente no aeroporto de Divinópolis.
A reportagem do Fantástico mostra que existe tráfico de drogas bem ali
na região em torno do aeroporto e, não custa lembrar, o helicóptero da
família do senador Zezé Perrella (PDT-MG e aliado de Aécio) quando foi
apreendido com quase meia tonelada de cocaína, fez escala para abastecer
na região, no aeroporto de Divinópolis.
Sem fazer qualquer ilação além dos fatos conhecidos com a família de
Aécio, o que seria leviano sem provas, mas não é só a ANAC e o
Ministério Público que precisam investigar a construção e o uso do
aeroporto. A Polícia Federal também precisa investigar que tipo de vôos e
mercadorias andou passando por ali.
No Amigos do Presidente Lula
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