Do Brasil 247 - 15 de Agosto de 2013 às 07:03
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Pitaco do ContrapontoPIG
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Em breve estaremos livres da hipocrisia e do cinismo desta figura repulsiva que é Roberto Gurgel.
Sua saída merece um show pirotécnico por todo o Brasil
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247 - Não há
muita dúvida sobre como Roberto Gurgel pretendia gravar seu nome na
história: como o procurador-geral da República que conseguiu levar à
prisão nomes graúdos da política brasileira. Não por acaso, no fim do
ano passado, pouco antes do Natal, ele pediu ao presidente do Supremo
Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, a prisão de réus na Ação Penal 470,
como José Dirceu.
O pedido não foi acatado e Gurgel deixa o comando da Procuradoria-Geral da República, nesta quinta-feira, com uma ponta de frustração. Sai antes do término do seu espetáculo. Não sem antes dar mais uma contribuição para a imagem de procurador implacável contra a corrupção. Nos últimos dias, ele limpou as gavetas e propôs ações contra diversos políticos importantes. Tudo para não ser lembrado como um de seus antecessores, Geraldo Brindeiro, que ganhou o apelido de "engavetador-geral da República".
Um dos alvos de Gurgel foi a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, que teve a cassação sugerida por ele. Mas será que o procurador-geral tinha razão? Especialistas em orçamento ficaram chocados com a decisão e viram na medida do PGR apenas mais um factoide, como foi registrado pelo colunista Ilimar Franco, do Globo:
Gurgel também denunciou um político
que provoca urticária nas Organizações Globo e hoje lidera as intenções
de voto no Rio de Janeiro, o ex-governador Anthony Garotinho, que reagiu
com indignação. "Ele resgatou uma história já arquivada de dez anos
atrás, provavelmente para agradar alguém", disparou. "Gurgel é quem deve
explicações", referindo-se à polêmica compra de iPads, sem licitação,
pela Procuradoria-Geral da República.
O procurador também propôs investigações recentes contra outros integrantes da base aliada, como o deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP) e o senador Gim Argello (PTB-DF), mas não teve a mesma pressa, ou mesmo rigor, quando os alvos de investigações eram seus aliados na arena política. Um dos exemplos mais notórios é o que atinge o senador Randolfe Rodrigues (PSol-AP), que teria se beneficiado de um mensalão da Assembleia Legislativa do Estado, deixando inclusive recibos assinados. Gurgel mandou arquivar o caso, sem exigir uma perícia, afirmando que não seria crível que recibos fossem assinados (leia mais aqui). Detalhe: quem denunciava Randolfe era o próprio ex-presidente da Assembleia, Fran Júnior, que pagava o suposto mensalão.
Nada, no entanto, marcará tanto a passagem de Gurgel pela procuradoria-geral da República, quando sua atuação no caso da Operação Monte Carlo, que atingiu o senador Demóstenes Torres, mas foi retardada em dois anos por decisão de Gurgel. Segundo o procurador, por uma questão de estratégia processual. No entanto, o próprio Demóstenes, que é também procurador, acusou Gurgel de prevaricar, alegando que não havia razões técnicas para engavetar o caso (leia aqui).
Gurgel construiu alianças junto à mídia e a setores mais conservadores da sociedade, mas dificilmente encontrará explicações para a acusação que vinha sendo feita a ele pelo senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB/AL): a de que usava investigações contra políticos como um instrumento de poder e de pressão.
Agora, fora do comando da PGR, ele não terá mais o estilingue e passará a ser vidraça – uma desconfortável posição para alguém que acumulou tantos desafetos ao longo dos últimos anos.
O pedido não foi acatado e Gurgel deixa o comando da Procuradoria-Geral da República, nesta quinta-feira, com uma ponta de frustração. Sai antes do término do seu espetáculo. Não sem antes dar mais uma contribuição para a imagem de procurador implacável contra a corrupção. Nos últimos dias, ele limpou as gavetas e propôs ações contra diversos políticos importantes. Tudo para não ser lembrado como um de seus antecessores, Geraldo Brindeiro, que ganhou o apelido de "engavetador-geral da República".
Um dos alvos de Gurgel foi a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, que teve a cassação sugerida por ele. Mas será que o procurador-geral tinha razão? Especialistas em orçamento ficaram chocados com a decisão e viram na medida do PGR apenas mais um factoide, como foi registrado pelo colunista Ilimar Franco, do Globo:
O factoide de despedida
Os
especialistas da Comissão de Orçamento do Congresso estão chocados com o
PGR, Roberto Gurgel. O motivo: o pedido de cassação da governadora
Roseana Sarney (PMDB-MA). Os argumentos: nos anos eleitorais há um prazo
legal, em junho, para a assinatura de convênios; esta prática é
generalizada e, portanto, Gurgel poderia pedir a cassação de uma dezena
de chefes de Executivo; a transferência de recursos a municípios pode
ser feita até no segundo semestre desde que convênio tenha sido assinado
no prazo; e, que a cassação deveria ser pedida na época, e não a 16
meses do fim do mandato, prazo no qual não será concluído o julgamento.
O procurador também propôs investigações recentes contra outros integrantes da base aliada, como o deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP) e o senador Gim Argello (PTB-DF), mas não teve a mesma pressa, ou mesmo rigor, quando os alvos de investigações eram seus aliados na arena política. Um dos exemplos mais notórios é o que atinge o senador Randolfe Rodrigues (PSol-AP), que teria se beneficiado de um mensalão da Assembleia Legislativa do Estado, deixando inclusive recibos assinados. Gurgel mandou arquivar o caso, sem exigir uma perícia, afirmando que não seria crível que recibos fossem assinados (leia mais aqui). Detalhe: quem denunciava Randolfe era o próprio ex-presidente da Assembleia, Fran Júnior, que pagava o suposto mensalão.
Nada, no entanto, marcará tanto a passagem de Gurgel pela procuradoria-geral da República, quando sua atuação no caso da Operação Monte Carlo, que atingiu o senador Demóstenes Torres, mas foi retardada em dois anos por decisão de Gurgel. Segundo o procurador, por uma questão de estratégia processual. No entanto, o próprio Demóstenes, que é também procurador, acusou Gurgel de prevaricar, alegando que não havia razões técnicas para engavetar o caso (leia aqui).
Gurgel construiu alianças junto à mídia e a setores mais conservadores da sociedade, mas dificilmente encontrará explicações para a acusação que vinha sendo feita a ele pelo senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB/AL): a de que usava investigações contra políticos como um instrumento de poder e de pressão.
Agora, fora do comando da PGR, ele não terá mais o estilingue e passará a ser vidraça – uma desconfortável posição para alguém que acumulou tantos desafetos ao longo dos últimos anos.
Pitaco do ContrapontoPIG
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Em breve estaremos livres da hipocrisia e do cinismo desta figura repulsiva que é Roberto Gurgel.
Sua saída merece um show pirotécnico por todo o Brasil
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